A data de 16 de março marca o “Dia Nacional de Conscientização Sobre as Mudanças Climáticas”

Muito se fala sobre o Aquecimento Global, que é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima a superfície da Terra, mas não podemos ficar somente na oratória, é preciso atitude, pois é uma luta constante que pertence a todos nós.

O que chamamos de Gases de Efeito Estufa, são os maiores responsáveis pelo desequilíbrio do clima em todo o mundo e são resultantes da atividade humana como por exemplo a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento, a industrialização dos processos e produtos, produzindo um consumo desenfreado, contribuindo para uma enorme produção de lixo.

Segundo o Panorama 2020 da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) foram gerados no Brasil, aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos no ano de 2020, fazendo com que a produção por pessoa resultasse em 380 Kg por ano.

Para termos ideia do que estamos contribuindo para essas mudanças climáticas, foram apresentados dados nesse estudo realizado pela Abrelpe, como por exemplo: 13,35 milhões de toneladas de plásticos descartados por todos nós no ano de 2020.

Podemos melhorar muito nossa participação nessa luta diária, começando por entender a diferença entre lixo e resíduo.

Lixo é um material sem qualquer valor, principalmente proveniente de nossa falta de atenção na hora de descartar os resíduos, quando juntamos tudo e misturamos, estamos produzindo lixo, tirando a possibilidade de reaproveitamento.

Resíduos são materiais, substâncias, objetos ou bens, resultantes das atividades humanas, que devem ser corretamente separados e adequadamente descartados, para serem reutilizados, reciclados ou transformados.

A decomposição da matéria orgânica produz gás metano e uma pesquisa do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selur) indica que a má gestão do lixo, com descarte inadequado e a queima irregular dos resíduos, é responsável por emitir 6 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, um dos principais gases de efeito estufa, reafirmando a relação direta entre a produção do lixo e sua contribuição para o agravamento do aquecimento global.

Estamos atualmente, vivenciando os reflexos dessas mudanças, com o aumento das temperaturas médias no mundo inteiro, trazendo como consequência, a frequência cada vez maior dos eventos extremos de destruição como tempestades, inundações, furacões, secas, trazendo mortes e perdas irreparáveis de vidas, como ocorreu recentemente na Cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro.

Podemos e devemos mudar o nosso conceito de consumo e descarte, nos baseando na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que estabelece uma ordem para a gestão de resíduos:

  1. Não Geração
  2. Redução
  3. Reutilização
  4. Reciclagem
  5. Tratamento dos Resíduos Sólidos
  6. 6- Disposição Final Adequada dos Rejeitos

Devemos avançar para o conceito da chamada “Economia Circular” que se baseia na ideia das organizações aumentarem o reaproveitamento dos materiais pós consumo, um modelo que propõe a extensão máxima da vida útil dos resíduos.

Somos todos responsáveis para reverter esse cenário. Precisamos trabalhar juntos, Governos, População e Empresas, adotar práticas mais sustentáveis de vida, adotar as diretrizes do PNRS, utilizar energia limpa, adotar o conceito da economia circular, proteger nossas florestas, praticar um desenvolvimento mais sustentável para que possamos garantir a “VIDA na TERRA” para a nossa e as Futuras Gerações.

Referências:

Política Nacional de Resíduos Sólidos

Abrelpe – Panorama 2020

Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selur)

Polen – Solução e Valoração de Resíduos

Luiz Carlos Fróes Garcia 

Engenheiro Civil, pós-graduado em Engenharia Ambiental pela COPPE - UFRJ
Atual Presidente da Companhia de Limpeza Urbana de Niterói - CLIN