Câncer Infantil: reflexão sobre a importância da atuação do terapeuta familiar

“O doente e sua doença representam para o todo familiar fator de integração ou desintegração, de ansiedade ou de tranquilidade, de necessidade ou de exclusão ”

Julio Mello Filho, 1991

Quando a família  recebe o diagnóstico que uma criança é portadora de câncer é muito difícil não acontecerem dificuldades e desajustes neste grupo familiar, considerando o impacto causado pela notícia.

Sendo esta doença um acontecimento inesperado e indesejável sua descoberta traz medo da dor, do sofrimento, da insegurança em relação ao futuro   e o risco de morte.

Todos os hábitos comuns a infância tornam-se  distantes e alterados devido às limitações que a doença e seu tratamento impõem.

Assim a assistência a esta família é de grande importância no sentido de compreensão e suporte emocional necessário e adequado.

A desestruturação familiar causada pelo surgimento da doença é inevitável, mas a forma como cada membro da família irá reagir é imprevisível,  o que qualifica a importância do nosso trabalho.

As famílias de uma criança com câncer enfrentam novos desafios, situações desconhecidas e questões especiais:

• Lamentação pela perda de infâncias “normais” e futuro imaginado;
• Culpa parental;
• Dinâmica familiar , onde podem acontecer triângulos disfuncionais;
• Aceitação da rede de apoio: médicos, familiares e amigos;
• Preocupações financeiras.

Poder oferecer a estas famílias um espaço de acolhimento e apoio , suporte emocional para que possam enfrentar estes desafios é a nossa proposta.

Abrir neste espaço segurança para que expressem suas emoções , seus sentimentos , suas tristezas e suas angústias neste período tão difícil.

Abraçar todos os membros destas famílias e buscar novas alternativas para que possam cooperar , participar  e criar outras possibilidades de construção de uma nova realidade

Bibliografia :

Terapia familiar médica, S.H. Mc Daniel , J.Hepworth, W.J. Doherthy , Artes Medicas 1994.