#delapraca #TerapiaFamiliarHoje
Olá! Sou Carla Bottino, terapeuta de família, membro da ATF-RJ desde 2002 e vou trazer uma parte da minha história – de lá, antes de me formar, para cá.
Em 1995 tranquei a faculdade de Psicologia, casei e mudei!
Morei, por 2 anos, na Itália, mais especificamente em Milão, onde tive o meu 1º contato com a terapia de família. Por acaso, encontrei o Nuovo Centro per lo Studio della Famiglia. Por não ser formada, não pude fazer o curso de terapeutas de família nem participar das equipes atras do espelho. Contudo, participei de inúmeros eventos e workshops que faziam parte do programa de formação em terapia de família da escola de Mara Selvini Palazzoli.
Foi uma honra participar daqueles eventos e eu só tive noção disso um tempo depois.
Voltei para o Brasil, terminei a minha graduação na PUC-Rio. Naquela época ainda não existia a equipe de atendimento de família e casal e eu atendia crianças com o olhar de Maud Mannoni e Françoise Dolto e supervisão da Regina Jardim. Ou seja, psicoterapia infantil com olhar na família; psicanálise e teoria sistêmica. E fiz a monografia sobre as escolas de terapia de família italianas – sistêmica estratégica e sistêmica estrutural sem ter que escolher uma – e aqui se inicia o meu percurso com a profa Terezinha Feres Carneiro.
Lembro que quando cheguei da Itália, queria encontrar os terapeutas de família. “Onde estão os terapeutas de família do Rio de janeiro?” Conheci a Cynthia Ladvocat, ingressei no Mosaico e em 1998 aconteceu o 1º Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, organizado pela ATF-RJ. Encontrei quem eu procurava! Os terapeutas de família do Rio e de outras partes do Brasil
Ingressei, simultaneamente, no mestrado e na formação em terapia sistêmica de família. Sempre que possível participava dos eventos sociais e encontros científicos promovidos pela ATF. Na minha dissertação de mestrado fiz um estudo sobre a possível articulação entre a Psicanálise e as Teorias sistêmicas na Terapia de família e casal.
Comecei a atender no consultório e logo que terminei o mestrado (em 2001) entrei para o corpo docente do Programa de Formação de Empreendedores da PUC-Rio.
Mas o que a Psicologia e a Terapia de Família têm a ver com o empreendedorismo? Tudo!
O Programa de formação de Empreendedores da PUC-Rio tinha como principal foco, o sujeito da ação empreendedora. Empreender não era apenas uma atividade fim, mas meio de inserção profissional, independente da carreira. E a disciplina Atitude Empreendedora tinha como objetivo trabalhar / despertar as características empreendedoras nos alunos de graduação, de quaisquer cursos, utilizando dinâmicas de grupo e a metodologia CAV – ciclo de aprendizagem vivencial. Naquele período (de 2001 a 2014) pude articular conceitos da Pedagogia Empreendedora (Fernando Dolabela), da Psicologia, das teorias sistêmicas, do psicodrama, da terapia de família e do empreendedorismo.
Em 2002, através da PUC, fui convidada a participar de um grupo de estudos sobre empresas familiares – era o capítulo brasileiro do Family Firm Institute. Descobri que nos EUA e na Europa existe um enorme campo de estudos sobre as empresas familiares, e me apaixonei pelo tema. Queria sempre saber mais e ingressei em um Doutorado para uma compreensão sistêmica das empresas familiares, um macro sistema, formado pela sobreposição de 3 subsistemas interdependentes – família, gestão da empresa e patrimônio da família e da empresa.
Desde 2007 trabalho para a produção e disseminação de informações úteis e relevantes para a saúde e continuidade das empresas familiares, articulando conhecimentos da Psicologia, teorias sistêmicas, administração, economia, direito, comunicação etc.
Ao longo dos anos tenho tido muitas oportunidades de aprender, de estudar, de experimentar: Já fiz um master em Psicologia do Esporte – sou mãe de atletas infantojuvenis e quis aprender a técnica do que eu vejo acontecer em campo; virei colunista em um site de mães brasileiras que moram fora do Brasil, moro na Itália desde 2017 e meu hobby tem sido escrever sobre os desafios da migração e a oportunidade de ver o mundo com outros olhos (de migrante).
Acredito que esse meu olhar curioso me ajude bastante, a manter uma escuta ativa, autêntica e genuinamente curiosa, todas as vezes em que eu me encontro diante de uma nova família. Agradeço aos inúmeros encontros que essa trajetória me proporcionou e aguardo ansiosamente pelos próximos!
Carla Bottino
Psicóloga, terapeuta de família, especialista em empresas familiares. Instagram: @portaltudoemfamilia