OS PIONEIROS DA TERAPIA FAMILIAR NO RIO DE JANEIRO – 2010
Organizado por Cynthia Ladvocat – ATF-RJ
Definição da Comissão de História da ABRATEF: Aqueles que já faziam parte do movimento de terapia familiar até a fundação da ABRATEF em 1994. Os que iniciaram associações ou cursos nos quais ainda não existia o movimento, de terapia familiar em Estados ou Cidades em que ainda não existia o movimento, mesmo que tenha sido após a fundação da ABRATEF.
PIONEIROS ASSOCIADOS A ATF-RJ
Meu percurso em direção a Terapia de Família, surge inicialmente através dos textos de David Cooper e Ronald Laing ainda durante o curso de Medicina despertando-me para a questão das relações da sociedade, da família e os Transtornos Mentais. Estagiando no Manicômio Judiciário Henrique Roxo no final da década de 70, onde ocorreu um dos primeiros projetos de Comunidade Terapêutica no Sistema Judiciário aprendi técnicas de intervenção em grupo, e o contato com Franco Basaglia, quando de sua visita a instituição me revelaram, um movimento que compreendia o tratamento psiquiátrico em novas bases, não exclusivamente dedicadas ao estudo da psicopatologia e dos psicofármacos. Durante a Residência Médica no Instituto de Psiquiatria da UFRJ entrei em contato com o Setor de Terapia de Família, através de Lia Ganc e comecei a trabalhar minha clientela em parceria com o Serviço, especialmente no tratamento da psicose. Um outro profissional com quem atuei em conjunto no atendimento aos meus pacientes foi Antônio Celso. Em 1982 no VII Congresso Brasileiro de Psiquiatria apresentei o trabalho “A Influência da Emoção Expressada na Evolução da Esquizofrenia”. Desenvolvi o estudo deste tema durante a década, culminando com a defesa em 05/07/90 da Tese de Mestrado em Medicina (Área de Concentração: Psiquiatria), “A Influência da” Emoção Expressada “pelos Familiares na Evolução da Esquizofrenia. Revisão do Conceito”. Convidado por Lia Ganc fiz o curso de Especialização em Terapia de Família no Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro, quando conheci outros importantes pioneiros da área como Gladis Brun, Teresa Cristina Diniz e Ana Maria Hoette e pude estudar de forma mais sistematizada e abrangente o modelo sistêmico da Terapia de Família, especialmente a Teoria Construtivista. Ao mesmo tempo, comecei a desenvolver na Colônia Juliano Moreira (Rio de Janeiro), no Hospital Jurandir Manfredini o Programa de Intervenção Psicoeducacional para Familiares de Pacientes com Esquizofrenia, que atualmente vem sendo desenvolvido no Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro (CPRJ. Junto com Lia Carvalho tentamos via Mosaico implantar na clínica privada este programa, apresentando aos médicos do nosso convívio. Apresentei em vários Congressos Brasileiros de Terapia de Família (São Paulo, Gramado e Rio de Janeiro) trabalhos sobre o tema “Intervenção na Família na Psicose (em especial, na Esquizofrenia)”. No Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro (CPRJ), como diretor pude desenvolver um serviço que juntava estas influências, e com uma preocupação em atuar junto a família de forma diferenciada em seus vários serviços, utilizando o modelo construtivista. Atualmente trabalho no setor de Terapia de Família do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, onde venho procurando desenvolver uma linha de pesquisa que estude a relação entre a família e os Transtornos Mentais Severos.
Iniciei meus estudos de Psicologia na UFRJ, em época de intensa militância estudantil, quando fui punida pelo Ato Institucional nº 5 (decreto 477), o que me levou para o Chile em 1972, e depois para a França, em 1974. No Chile ingressei no curso de Psicologia da Universidade do Chile e na França fiz estágio na Clínica de la Borde, sob a coordenação de Felix Guattari. Voltando ao Brasil, terminei meu curso regular, e fui bolsista do CNPq (Iniciação Científica e depois de Aperfeiçoamento Científico) no Instituto de Psiquiatria – IPUB, sob a orientação de José Octávio de Freitas Júnior. Fiz Mestrado de Psicologia na Fundação Getúlio Vargas na área de Psicologia do Desenvolvimento, estudando o envelhecimento, ao mesmo tempo em que construía uma prática clínica em consultório particular. As questões clínicas que fui enfrentando, especialmente no atendimento de crianças e adolescentes e suas famílias, me fizeram buscar uma outra formação que me possibilitasse articular o individual e o relacional. Em 1987, entro em contato com a Terapia Familiar através do grupo de estudos coordenado por Gladis Brun e Anna Maria Hoette, e depois cursando o Instituto de Terapia de Família, onde termino o curso de formação, em 1991. Em 1989, fiz o primeiro estágio no CEFYP, com Maria Rosa Glasserman e Adolfo Loketek, o que viria a se repetir em outras ocasiões. A visão relacional sistêmica abriu a perspectiva de trabalhar em equipe e, em 1991, fundamos o Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância – CEFAI. Contamos com a colaboração de Adolfo Loketek e Maria Rosa Glasserman neste empreendimento. Neste mesmo ano, fui fazer o curso de verão em Berkshires, Massachussets, sob a coordenação de Carlos Sluzki, quando entrei em contato com Marcelo Packman, G. Cecchin e Celia Falicov. Realizações regulares, no CEFAI, de cursos e workshops sobre terapia familiar, levou-nos a iniciar, em 1998, o Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica. No decorrer de todo este período, continuamos a manter um trabalho constante de articulação entre profissionais de Terapia de Família, nacionais e internacionais, como parte do trabalho de formação da equipe do CEFAI e dos seus alunos. Em 1999, toda a equipe vai a Escuela Romana di Terapia Famigliare, em Roma, fazer um trabalho com Carmine Saccu sobre o self do terapeuta, assistir atendimentos de família, supervisão de casos e conversar sobre o curso de formação. Em cursos no Rio de Janeiro, São Paulo, em congressos nacionais e internacionais, pude entrar em contato com outros terapeutas como Salvador Minuchin, Emma Genijovich, Mony Elkäin, P. Penn, Tom Anderson, Monica McGoldrich, Florence Kaslow, Lynn Hoffmann, Maurizio Andolfi, Paul Watzlawick, Mara Silvini Palazzoli, buscando subsídios para o meu trabalho. Colaborei com o movimento que levou à fundação da Associação de Terapia de Família – Rio de Janeiro, ATF-RJ, sendo sua presidente no biênio 1998-2000, bem como da fundação e organização da ABRATEF, sendo presidente da Comissão Científica do II Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, realizado no Rio de Janeiro em 1998. Ao longo dos anos tenho participado da Comissão Científica da ATF-RJ, do Conselho Deliberativo Científico e da organização do Encontro de Formadores realizado em Angra dos Reis e em Itaipava. E em agosto de 2010, participando da organização do 9º CBTF em Búzios.
Considero que meu trabalho com famílias se inicia em 1982, aos 20 anos de idade, quando comecei a trabalhar com acompanhamento terapêutico de pacientes graves em suas residências. Fui um dos fundadores do GRAP – Grupo de Acompanhamento Psiquiátrico, formado por ex-estagiários de duas clínicas psiquiátricas privadas do Rio de Janeiro. Acompanhar pacientes, em sua maioria, esquizofrênicos, em suas casas, compartilhando seu dia a dia com suas famílias, foi a melhor experiência clínica que qualquer estudante de psicologia ou psiquiatria poderia almejar. Nos oito anos em que fiz este trabalho pude vivenciar e compreender a extrema conexão entre a patologia apresentada por aquele que era identificado como paciente e seu relacionamento com os demais membros de sua família. Em 1987, por indicação de Beatriz Cyrino, que também havia passado pela experiência de trabalhar com acompanhamento, fui procurar formação em Terapia de Família no, então, recém criado Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro, o ITF-RJ, dirigido por Gladis Brun e Anna Maria Höette. Integrei a turma de 1988, a primeira turma depois de formalizada a instituição. Paralelamente ao ITF, fiz o curso de Especialização em Terapia de Família no Instituto de Psiquiatria da UFRJ, onde fui supervisionado por Lia Ganc e Sonia Beatriz Sodré. Em 1992, passei a ser monitor do ITF-RJ e, em pouco tempo, a integrar seu corpo de professores. Entre meus colegas de turma, no ITF-RJ, se encontravam André Souza Rego, também oriundo do GRAP e com quem iniciei, em co-terapia, atendimento de famílias no consultório, Jorge Bergallo e Helena Júlia Monte. Nós quatro que, naquela época, nos denominávamos Grupo Gaia, fomos responsáveis pela Seção de Humor da revista Nova Perspectiva Sistêmica, desde seu lançamento em 1991, onde assinávamos os GaiAtos. Desde o seu terceiro número, de 1993, sou o Produtor Executivo desta publicação, convidado por Gladis Brun e Lia Carvalho. Em 1993 participei do movimento que cria a Associação de Terapia de Família do Rio de Janeiro, sendo seu Diretor de Comunicação e Publicação em sua primeira gestão e o Coordenador da Comissão Organizadora do II Congresso Brasileiro de Terapia de Família de 1998. Eu, André, Jorge e Helena, em 1994, fundamos o Instituto Noos, instituição sem fins lucrativos dedicada a buscar e desenvolver metodologias que promovam a dissolução pacífica de conflitos relacionais nas famílias e comunidades, onde sou seu Secretário-Executivo desde sua fundação. Atualmente represento o Instituto Noos na Rede de Homens por Equidade de Gênero, na Rede Não Bata, Eduque e na Child Helpline International. Sou membro da ISPCAN – International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect e da Ashoka Empreendedores Sociais.
Sempre estive voltada para as questões da família. Nos estágios em clínica infantil, atendia somente a criança e não concordava em excluir os pais do processo. No Brasil, na década de 70, o referencial teórico-técnico aplicado era o psicanalítico. Os conhecimentos na área da família vinham do exterior e eram limitados. No início da prática, eu buscava integrar a Psicanálise a outras teorias que me ajudassem no trabalho com casais e famílias. Ao concluir a graduação na PUC-Rio em 1976, cursava a especialização em terapia do comportamento, que foi durante 6 anos uma rica experiência com crianças com necessidades especiais. Fundei em 1981 o GRUPSI – Terapêutica e Estudo da Criança e da Família, que funcionou até 1989 com estágio, estudo e atendimento supervisionado. Busquei em 1982, na Sociedade de Psicoterapia de Grupo, a formação sobre Grupos Analíticos, Operativos e Familiares e tive como supervisores os PIONEIROS da primeira geração em Terapia Familiar. No CEFAC, de 1985 a 1989, sob a coordenação de Lucia Ripper, iniciei a Especialização em Terapia de Família (800 horas) com atendimento em sala de espelho e supervisão ao vivo, um recurso inédito na época. Tive a oportunidade de ser supervisionada por professores convidados, entre eles Maurizio Andolfi. Coordenei, de 1986 a 2000, um grupo de supervisão com enfoque na dinâmica familiar com supervisionandos, muitos que hoje são associados da ATF-RJ. Em 1987 iniciei formação na Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, onde o estudo sobre inconsciente, os sonhos e o vínculo terapêutico, muito contribuiu para a compreensão do mundo intrapsíquico. Com as minhas atenções voltadas para o interpessoal, me encantei com as teorias de Winnicott, que não via o bebê a não ser na relação com sua mãe. Em 1990 participei do trabalho de orientação psicanalítica e sistêmica no COJ do Instituto Fernandes Figueira, onde pude comprovar que abordagens diferentes ampliam as possibilidades terapêuticas. Concluí a formação psicanalítica em um estágio de 500 horas no Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Junto ao paciente psiquiátrico eu pesquisava, através do genograma, a história da patologia na relação familiar. No Instituto Mosaico, desde 1992 venho participando como co-diretora no curso de especialização em terapia familiar. Para contemplar meus conhecimentos sobre todas as faixas do ciclo vital, iniciei na UFF a Especialização em Gerontologia e Geriatria Interdisciplinar, onde passei a ministrar seminários sobre o idoso e a família. Em 1995 fiz o Practicum na Accademia di Psicoterapia della Famiglia, com um intenso trabalho sobre minha família de origem. Retornei a Roma nos dois anos seguintes e levei dois grupos para conhecerem a técnica de Andolfi. Em 1996, a convite de Mony Elkaïm, fui para Londres e me filiei à European Family Therapy Association – EFTA. Através de meus estudos e prática na área de adoção, busquei em 1997 a Associação Brasileira Terra dos Homens. O trabalho com a família de origem e o desenvolvimento do self do terapeuta é um tema que me dedico na formação em terapia familiar. Esse trabalho é resultado do meu contato pessoal com Andolfi, com Elkaim e com Guy Ausloos, esse último consultor da Terra dos Homens. Nessa ONG, supervisionei por vários anos os atendimentos da equipe nos diversos projetos, coordenei o Grupo de Reflexão sobre Adoção. Hoje sou conselheira da Terra dos Homens, trabalhando na busca dos direitos das crianças e adolescentes. Desenvolvi o tema sobre os Mitos e Segredos sobre a Origem da Criança na Família Adotiva no Mestrado na PUC-Rio. Na ATF-RJ venho participando de todas as diretorias desde sua fundação. Participei da Comissão Organizadora do III Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, exerci as funções de Diretora de Comunicação, Vice Presidente, Presidente por duas gestões. Exerci a função de conselheira no Conselho Deliberativo Científico da ABRATEF por vários biênios. Como membro da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, divulgo a área de Família em supervisões, seminários, grupos de estudo e jornadas. Identifico-me como psicóloga, com formação psicanalítica e com formação em terapia familiar. Portanto, atuo na minha prática nos dois enfoques. Na minha clínica privada atendo psicanaliticamente os pacientes individuais dentro da abordagem winnicottiana. Tenho participação ativa na Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro junto ao corpo docente onde ministro seminários de Freud e Winnicott. Exerço a função de didata na análise de candidatos a formação psicanalítica. Coordeno grupos de estudo na área de adoção no setting psicanalítico. Atuei como Delegada representante da Sociedade Psicanalítica do RJ no Comitê de Família e Casal da federação Latino–Americana da Psicanálise da Fepal. No atendimento de casais e famílias, minha experiência como psicanalista é a base do meu trabalho, que em muito se enriquece da abordagem sistêmica. De certa forma, introduzi colegas psicanalistas ao tema da família, principalmente como presidente da ATF-RJ, cujos eventos científicos na época aconteciam no auditório da própria SPRJ. Como presidente da ABRATEF no biênio 2008-2010, trabalhei junto a rede brasileira de terapeutas familiares e, junto da equipe da ATF-RJ, na organização do IX Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, em Búzios. Depois de 35 anos desde a graduação em psicologia, de cerca de 30 anos no trabalho com famílias, do meu investimento na psicanálise e na abordagem sistêmica, sinto que ainda tenho caminhos a percorrer. E que bom, sigo então minha vocação de agregar meus alunos, supervisionandos, colegas e amigos ao movimento de terapia familiar. E para finalizar minha trajetória nesse texto, não me sinto exatamente como uma pioneira da primeira geração. Fui formada por pioneiros importantes que muito contribuíram para minha vida profissional. Com muito orgulho, identifico-me então como uma pioneira da segunda geração da história da terapia familiar do Brasil.
Meu caminho até a ATF : Meu primeiro contato com a Terapia Familiar foi durante um curso de mestrado na Columbia University em NY, EUA em 1986. Logo após o mestrado fui trabalhar numa Instituição que atendia a população de baixa renda que estava implementando uma mudança de paradigma do tratamento individual dos meninos para o tratamento familiar. Neste contexto fiz minha primeira especialização num curso de 3 anos com supervisão e trabalho em sala de espelho. Minha história enquanto terapeuta familiar: Quando cheguei no Brasil a TF era pouco conhecida do público em geral como demanda e a teoria sistêmica pouco difundida dentro da psicologia. Fiz um curso de formação/especialização (Núcleo -Pesquisas) onde atendíamos famílias em equipe. Participei da organização do 1o congresso simpósio de TF do RJ em 1991. O paradigma sistêmico é fundamental no meu trabalho e está presente esteja eu atendendo um indivíduo sozinho ou o grupo familiar. Em 1995 fui morar em Buenos Aires onde participei de um grupo de estudos com Cristina Ravazolla por 3 anos focalizando os temas de gênero e violência na família. Durante este período trabalhei num orfanato com meninas oriundas de sistemas familiares disfuncionais. Voltei ao Brasil em 1998 e em 2002 terminei uma formação em psicologia analítica que me deu a titulação de Analista Junguiana. Minha monografia para término do curso foi sobre o entrelaçamento da abordagem sistêmica familiar no atendimento analítico. Desde então trabalho no meu consultório particular atendendo famílias e indivíduos através do ciclo vital.
Graduação em Educação e Psicologia; Mestre em Cultura e Comunicação, Escola de Comunicação da UFRJ; Especialização em Psicoterapia Infanto-Juvenil, no IPUB; Terapeuta de Família; Facilitadora de Processos Coletivos; Diretora do Multiversa. Meu caminho pela Terapia de Família começa no ano de 1986, quando me aproximei do pensamento sistêmico através de um grupo de estudos com Gladis Brun e Anna Maria Hoette, para o qual fui convidada por Teresa Cristina Diniz, então companheira de consultório. Em 1987, fundamos o Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro, onde além das três citadas tinha como sócias Lia Ganc, Rosana Rapizo e Isabela Queen. Até 2007 permaneci no ITF, como professora e supervisora. Neste percurso me deparei com bifurcações epistemológicas que foram organizando o meu pensamento teórico: em 1989 estive no CEFYP, numa imersão com Maria Rosa Glasserman e Adolfo Loketek; neste mesmo ano fui apresentada a dois personagens que foram marcantes na minha trajetória, Gianfranco Cecchin e Michael White; em 1991, no simpósio Nuevos Paradigmas, Cultura y Subjetividad, em Buenos Aires, tive a oportunidade de fazer uma oficina com Harry Goolishian, outro de meus “avatares” teóricos. A partir daí fui incluindo os autores mais alinhados ao construcionismo social – Gergen, Shotter – assim como os seus inspiradores, tais como Wittgenstein, Bakhtin, e outros. Entre 1994 e 2000 participei de projetos de formação em Terapia de Família no Instituto Noos (Campinas e Macaé). 1997 foi o ano da defesa da minha tese sobre a construção de narrativas de casais, a “Trama tecida a dois”. Desde 2003 participo da coordenação do curso de Facilitação Sistêmica de Processos Coletivos, que já está na sétima turma. Em 2006 essa equipe coordenou o Café Brasileiro, no VII Congresso de Terapia de Família, em São Paulo. Em 2004 fui professora convidada para um módulo do II curso de especialização em Terapia Familiar da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, da UEPA e desde 2005 sou professora convidada, primeiramente na ISBL e em seguida na Faculdade Teológica Sul Americana (Londrina), na Formação em Terapia de Casal e Família. Em 2007 fundei, com Rosana Rapizo, o Multiversa – Terapia de Família e Práticas Sistêmicas, que agora é parceiro do Instituto Noos na formação em Terapia de Família, cuja coordenação está sob a minha responsabilidade.
Trajetória Como Terapeuta de Família: Nos idos de 1981,iniciava-se a segunda turma do curso de especialização em terapia de família do IPUB ( Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil) hoje UFRJ. O diretor da instituição era o psicanalista Dr. E. Portella Nunes. Este é considerado o primeiro curso brasileiro de terapia de família a nível de pós graduação, coordenado e fundado pela Dra. Dorothy Nebel de Mello. A partir da minha experiência em hospital psiquiátrico aliada às leituras dos autores como Thomás Zas, M. Mead , Foucault, Castel, Gauttari e Deleuze , adveio o interesse em estudar a família como paciente, por haver percebido, na prática, o fosso emocional entre a família e o membro sintomático ,considerados à época, como ‘pacientes identificados’ ou P.I. A proposta de ensino oferecido no IPUB se caracterizava por um pioneirismo surpreendente para os padrões de aprendizado vigentes.O uso da sala de espelhos concomitante ao sistema fechado de TV no primeiro contato, assustou.Ficar exposta para os colegas, supervisores e a família que estaria sendo atendida, podendo ser interrompida, era por demais ameaçador! A proposta se assemelhava à utilizada na América do Norte, mais precisamente , Califórnia – Palo Alto de onde provinha a teoria sistêmica/comunicação e a técnica então estudadas. Era a partir do segundo ano do curso que o treinamento com essa modalidade de aprendizado tinha início. Além dessas práticas de ensino, a formação era acrescida de integração com os colegas de diversos cursos e segmentos de atendimento ao paciente internado na instituição, através da supervisão grupal com psiquiatra na presença do paciente onde se discutia o diagnóstico, a melhor conduta clínica a ser ofertada, bem como assistiam-se aulas de psiquiatria conjuntas,além da presença obrigatória nas apresentações semanais no auditório da instituição. O paciente, cujo psiquiatra recomendava o atendimento familiar, tinha sua história apresentada ao grupo de especialização em terapia de família que conjuntamente escolhia os alunos- trabalhava-se em coterapia- e supervisor que acompanhariam o processo clínico. O aparato inovador aos poucos tornou-se menos persecutório e a vontade de aprender e ajudar prevaleceu, na proporção em que o contato com as famílias possibilitava,em alguns casos, mudanças deveras significativas na interação entre em seus membros. Mas os obstáculos eram enormes e, nem sempre as experiências lograram êxito. Dificuldades de diferentes ordens surgiam desde limitações sócio-econômicas e impediam alguns membros da família de comparecer ao atendimento, como o horário de funcionamento do hospital que coincidia com o horário comercial,inviabilizando a presença dos familiares que trabalhavam, passando pelo desinteresse da família com seu membro adoecido, assim como a distância entre o hospital e a residência e/ou trabalho da família. Vale ressaltar que os pacientes internados, em sua maioria, provinham do extrato social precário da sociedade, o que acrescentava um ‘plus’ às dificuldades inerentes nesses casos. Sabe-se que essas questões não se limitam a esse tipo de paciente. No consultório, com algumas variações, também se testemunham tais dificuldades. Pode-se especular que a idéia de ‘bode expiatório’ permanece no imaginário das famílias. Entretanto, a dificuldade maior ocorreu entre os pares de profissão. Críticas contundentes a essa metodologia de trabalho eram desalentadoras. Escutava-se toda sorte de comentários: Psicanalista trabalha com o intrapsíquico, com a fantasia e sentimentos que o paciente individualmente traz de suas experiências infantis.Como confrontar o paciente com seus familiares? Não é jogo da verdade. A psicanálise trabalha a verdade do paciente. O que importa é a família internalizada do mesmo. Esse discurso de descrédito deixava evidente o desconhecimento dos estudos e pesquisas teóricas ao mesmo tempo em que denunciavam o temor em contatar uma nova maneira de compreender tanto os pacientes graves e suas famílias quanto famílias com crianças e/ou adolescentes. Parte dessa má vontade ficou no passado. Mas confesso que durante anos atuei profissionalmente de forma “dupla” ou seja, atendia individualmente como psicanalista e sistêmica nas consultas familiares. Felizmente a formação psicanalítica corroborou a importância em considerar o meio ambiente na busca do entendimento das questões emocionais que atingem a família como um todo quando um dos membros tem seu desenvolvimento dificultado seja ele de ordem orgânica, física, social, mental e/ou emocional. Atualmente, o estudo da dinâmica familiar tem se difundido entre algumas sociedades ligadas à IPA (International Psychoanalysis Association) oferecem atendimento a famílias em suas clínicas sociais. A SBPRJ, sociedade da qual sou membro abriu espaço no ano passado para o estudo de psicanálise de família, referendada nos teóricos argentinos. Esta decisão representa um avanço histórico no seio societário e um alento, em ver essa prática sendo acolhida, entre os meus pares profissionais.
Histórico da minha trajetória na Terapia de Família. Sempre trabalhei com crianças em Escolas e outras comunidades, como professora de Arte/Educação. A minha primeira formação foi em pedagogia e outros cursos especializados em arte com crianças. Procurei a formação em psicologia motivada pela minha experiência com crianças e adolescentes. De 1984 a 1987 fiz a Formação na Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo – SPAG-RJ, onde entrei em contato com as primeiras idéias sobre Terapia de Família. Depois de alguns anos trabalhando na clínica senti necessidade de ampliar a minha visão sobre as questões que os pais traziam de seus filhos que apresentavam problemas. Através do conhecimento com Tereza Cristina Diniz, iniciei minha formação em Terapia Familiar Sistêmica em 1987 no Instituto de Terapia de Família. Fui aprimorando a minha formação em cursos, seminários e apresentação de trabalhos em Congressos. Em 1991 fundamos o CEFAI – e construímos um trabalho em Equipe Terapêutica. Adolfo Loketek e Maria Rosa Glasserman do CEFYP de Buenos Aires tiveram grande influência no nosso trabalho. Em 1991 participei do “Encuentro Interdisciplinário Internacional”- em Buenos Aires – “Nuevos Paradigmas, Cultura y Subjetividade”. Este encontro foi muito importante na minha formação. Em 1998 fundamos no CEFAI o curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica. Em Fevereiro de 1999 estive em Roma com Carmine Saccu, em um trabalho de self do terapeuta. Em Julho de 2001 participei do Curso de Terapia Familiar Sistêmica com Marcelo Pakman, Cecchin, Janine Roberts e Carlos Sluzki em Massachusets nos E.U.A. Participo de grupos de Reflexão com Gladis Brum e organizei com Vera Lúcia Bello grupos de histórias, Encontros e Contos. No CEFAI exerço a função de coordenadora e supervisora no curso de Formação e estamos sempre nos atualizando tanto na organização de cursos e seminários como também no convite de outros profissionais, de dentro e de fora do Brasil, inseridos no paradigma sistêmico. Participei da Comissão de Pesquisa, gestão 2006 – 2008 como membro do CDC – Conselho Deliberativo Científico – ABRATEF e estive na organização do III Encontro de Pesquisadores realizado durante o VIII Congresso Brasileiro de Terapia Familiar em agosto de 2008. Resumidamente esta tem sido a minha trajetória.
Me formei em 1978 quando era essencialmente psicanalista e terapeuta de crianças. Trabalhava com ludoterapia de orientação kleiniana. com leituras de Anna Freud que de certa forma não culpabilizava tanto os pais. Entretanto, fui sentindo cada vez mais frustração de ver os pais boicotarem o tratamento toda vez que a criança melhorava. Por outro lado, me incomodavam muito as recomendações dos supervisores dizendo que eu não deveria “dar ouvidos” às mães. Diziam, quase sempre, que elas queriam controlar a terapia. Os pais não poderiam interferir na terapia e deveriam ficar absolutamente “fora” do atendimento da criança. O máximo que se permitia, talvez até mesmo pela insistência das mães que se recusavam a permanecer nesse lugar, com toda razão, era mandá-las para um “acompanhamento de pais” ou “orientação de pais”. Esse era o nome e acredito que até hoje alguns psicanalistas de crianças ainda utilizam essa forma de atendimento. Com o tempo e a experiência, fui tendo certeza que aquela forma não se adequava ao que eu pensava de FAMÍLIA. Em 1983, comecei meu Mestrado em Psicologia Clínica na PUC/Rio com orientação do Dr. Carlos Paes e Barros, ícone da teoria psicanalítica, mas continuava sofrendo com os atendimentos de crianças feitos da forma acima citada. Nesse mesmo ano, no Mestrado, tomei contato com a professora Terezinha Feres Carneiro, dos textos de Bateson e outros terapeutas familiares. Foi quando em Setembro de 1985 fiquei sabendo que o Dr. Moisés Groisman, recém-chegado do exterior onde tinha ido estudar Terapia de Família, iria começar o seu primeiro curso de Terapia de Família na Núcleo-Pesquisas. Comecei portanto, minha formação no ano de 1985. A partir daí dificilmente aceitava atender crianças sozinhas, tendo tido supervisões com Anna Maria Hoette e Moisés Groisman. Continuei estudando, escrevendo , apresentando e ensinando a teoria, prática e técnica familiar até hoje. FIz todos os cursos da Núcleo-Pesquisas, mais de 7 anos, até a sua Formação de Supervisores, função que desempenhei, durante vários anos, na própria Núcleo. Atuei e atuo como Professora-Supervisora no Curso de Terapia de Família do Delphos Espaço Psico-Social, desde o seu início em 1998. Desde 2005 comecei lecionando na Barra, para um grupo de alunos que me pediu para dar -lhes uma formação em terapia familiar. Assim, uma nova escola nasceu de forma muito natural e espontânea quando resolvi atender a essas pessoas que não desejavam atravessar o túnel e sair da Barra para poder ter contato com a teoria e a terapia familiar. Em 2008, por insistência e ajuda de Cynthia Ladvocat (presidente da ABRATEF,gestão 2008- 2010) e de Cristina Werner (Presidente da ATF-RJ, gestão 2008-2010) resolvemos oficializar a criação da INTEGRARE -INDIVIDUO, FAMILIA E SOCIEDADE, seguindo as normas do CDC- para que os alunos pudessem se filiar à ATF. com o reconhecimento da ABRATEF. Em abril de 2008, iniciamos a Turma 3, com o selo da ATF/ABRATEF. Como o próprio nome diz esse curso integra Psicanálise, Terapia familiar sistêmica e psicodrama . Acreditamos em um homem que possui um inconsciente, uma família e que esta inserido em um momento sócio-histórico e cultural que o influenciam. Por isso gostamos da multidisiciplinaridade e variedade de visões. Escrevi trabalhos sobre Terapia de Família e casais, psicodrama e psicanálise nos livros: Integrando Diferenças – Possíveis Caminhos da Vivência Terapêutica, como autora e como co-autora nos seguintes livros: .Além do Paraíso – Perdas e Transformações na Família. Organizado por Moisés Groisman, Laços Amorosos – Organizado por Maria Amália Vitale, Gritos e Sussurros – Interseções e Ressonâncias. Trabalhando com casais” organizado por Sandra Fedullo Colombo, Diversidades e abordagens na Família Brasileira. Organizado pela ATF-RJ. Manual de Terapia Familiar, organizado por Luiz Carlos Osorio e Maria Elizabeth Pascual do Valle, Terapia de Família no Brasil – uma década depois, organizado por Rosa Macedo. E, no prelo, o livro organizado por Marcos Naime a ser lançado no IX Congresso Brasileiro de Terapia Familiar. Organizei a pedido da ATF-ABRATEF, os livros Supervisão : A coerência dos Critérios, e Os Impasses dos formadores em ação. Questões difíceis, delicadas e éticas da terapia familiar. Durante o II Congresso Brasileiro de Terapia Familiar,em 1998. Fui membro da Comissão Científica e trabalhei diretamente na confecção dos anais daquele Congresso. Tenho apresentado trabalhos e sido convidada em Congressos, Simpósios e Jornadas de Terapia de Família no Rio de Janeiro e no Brasil. Além disso tenho escrito em Anais, Revistas especializadas e Boletim da ATF e da ABRATEF. A partir da Fundação da ABRATEF, tenho estado presente em todas as diretorias da ATF/RJ. Participo ativamente do CDC(Conselho Deliberativo e Cientifico) tendo sido eleita secretaria do mesmo na gestão 2004-2006. Estou realizando no momento, individualmente uma pesquisa sobre conjugalidade. Atualmente sou conselheira do CDC e coordenadora da Comissão Cientifica do IX Congresso Brasileiro de Terapia Familiar.
Meu interesse em trabalhar com famílias vem desde a faculdade. Minha trajetória profissional foi posterior ao meu casamento em 1965 e a formação da minha família de 4 filhos, sendo o último natimorto. Quando fui para a faculdade em 1977 compreender a dinâmica familiar já era de especial interesse para mim. Após a minha formatura em 1983, muito influenciada pelo desejo de fazer formação psicanalítica e por exigência do currículo da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, passei dois anos no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IPUB, no setor de Família. A orientação teórica do curso incluía os enfoques psicanalítico e sistêmico. Já nesta época estava interessada em compreender a relação família/doença mental. De 1984 a 1988 me dediquei à formação psicanalítica. Ao terminá-la, consciente do limites da Teoria Psicanalítica para a compreensão da dinâmica familiar, fui buscar uma formação complementar a já feita no IPUB. De 1989 a 1990 fiz o curso de Especialização em Terapia de Família no Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro – ITF. Durante o período em que estive estudando no ITF, junto com Gladis Brun e Carlos Eduardo Zuma, produzimos a revista Nova Perspectiva Sistêmica, publicação mantida até hoje, por este Instituto. Durante umas férias de verão, em 1996, tive a oportunidade de fazer um estágio de 1 mês no Roberto Clemente Family Guidence Center – NY, Centro até hoje dirigido por Jaime Ínclan onde entrei em contato com os problemas de integração de culturas vividos pelas famílias hispano/americanas imigrantes. Lá conheci como professora convidada, Ema Genijovitch, que naquela época trabalhava no Staff do Minuchin Center, com Salvador Minuchin. Esta relação professora aluna se transformou em uma grande amizade e Ema tem sido até hoje, além de professora e supervisora do Modelo Estrutural, minha consultora no campo da Terapia Familiar.Nestes anos todos de convivência não houve nenhuma vez em que estivesse em NY, que não participasse de alguma atividade do Centro, que com a aposentadoria de Salvador Minuchin, hoje se chama Family Studies e tem Ema como uma das Co-Directors. Em 1992, movida pela necessidade de trabalhar em equipe fundei junto com Werner Zimmermann, Cynthia Ladvocat, Miriam Felzenszwalb e Paulo João Raad, O Mosaico – Instituto de Pesquisa em Sistemas Humanos, dedicado à formação de profissionais para trabalharem com famílias tendo o Modelo Estrutural como referência. Em 2004 iniciamos a XI turma do Curso. Este ano, deixei de dar aula ficando apenas como membro colaborador. Em 1998, tive a oportunidade de presidir o III Congresso Brasileiro de Terapia Familiar no Rio, trabalhando com uma equipe eficiente e coesa onde a hierarquia tinha como objetivo delimitar áreas de atuação e responsabilidades. Em 1999, fiz uma palestra nas Nações Unidas onde apresentei um modelo de aplicação do pensamento sistêmico em uma ONG que desenvolve projetos em comunidades populares no Rio. Em 2000, fui convidada a apresentar esta mesma palestra na AFTA. Em 2004, passando por uma nova etapa de ciclo de vida coma chegada dos netos e a aposentadoria do marido, estou repensando a minha atuação no campo de Terapia Familiar, buscando novos desafios para novos tempos.
Considero-me segunda geração da Terapia de Família no Rio de Janeiro, na medida que meu primeiro contato com essa terapia foi na PUC com Lucia Ripper no último semestre da graduação. . Em 1977-1978 participei da 1a. Turma de Especialização de Pós Graduação Latu-Sensu em Terapia de Família – IPUB/ UFRJ sob coordenação : Luis Fernando Melo Campos e Anna Maria Hoette , recém chegada de sua formação em família no Boston Institute. Em 1978-1980 – Participei da Equipe do INFA – Instituto da Família , coordenado pelo Dr. Lindemberg Nunes Rocha . Os professores e supervisores acima mencionados foram os pioneiros da Terapia de Família com quem tive contato ,além de Gladis Brum que junto com Anna Maria Hoette montou uma série de grupos de estudos sobre família dos quais fiz parte. Em 1987 esse trabalho com grupos deu origem ao Instituto de Terapia de família-RJ para o qual Gladis Brum e Anna Maria Hoette convidaram mais cinco profissionais para fazer parte da equipe do ITF-RJ . De 1981 até a presente data faço parte do quadro da Universidade Federal do Rio de Janeiro no IPUB- Instituto de Psiquiatria como Psicóloga do SETOR DE FAMÍLIA e do PROJAD -Programa de Atendimento a Usuários de Álcool e Outras Drogas . De 1987 a 2004 Fundadora e Membro do Conselho Diretor do ITF- RJ – Instituto de Terapia de Família, Em 1998 – Defesa do título de Mestre em Comunicação e Cultura – ECO /UFRJ da pesquisa : Voz e Silêncio: A comunicação da 1a. e 2a. Geração das Famílias Sobreviventes da 2a. Guerra Mundial.; Sou Membro da AFTA ( American Family Therapy Academy ) e tive participação em Pesquisas e Projetos -Pilotos; 1978 – 1981 : Pesquisa: Terapia de Família: Um Estudo Sobre Famílias Neuróticas e Psicóticas . IPUB/ UFRJ; 1985 -1991 : O Älcool e a Família : Uma Proposta Alternativa para Tratamento de Pacientes Alcoólatras – IPUB/ UFRJ; 1997 – 1999: Coordenação do Núcleo de Estudos eFormação em Atendimentos de Situações de Pós Trauma – ITF – RJ; 1999 – 2001 : Coordenação do Projeto Piloto a Atendimentos a Adolescentes Grávidas e seus Familiares – Hospital GaFFrée Guinle / RJ; 2001-2002 : Pesquisadora Assistente do Projeto : Padrões de Consumo de Álcool : Um Estudo Transversal numa População da Periferia da Cidade do Rio de Janeiro. IPUB / ICAP ( International Center of Alchol Policy ). Apresentei trabalhos em vários Congressos Nacionais de Terapia de Família e nos norte americanos da AFTA ( American Family Therapy Academy). . Orientei inúmeras monografias do Curso de Especialização em Terapia de Família da UFRJ e participei de Bancas Examinadoras da UFRJ e de outras universidades.
A minha formação se inicia na Puc de Belo Horizonte- MG, com a minha graduação em psicologia no ano de 1975. O meu trabalho como terapeuta começa com o uso da arte terapia para psicóticos numa clínica com psicólogos e psiquiatras. Nosso modelo tinha como ponto de partida a “Casa das Palmeiras” , onde fiz um estágio com a Dra Nise da Silveira. Logo depois, inicio em 1979, uma especialização no Instituto de Psicanálise onde permaneço até 1982, quando iniciei um curso em filosofia. Nesta ocasião havia um movimento de Terapia Existencialista em BH. Me juntei, então, com o Grupo de Estudos de Terapia Existencialista. Aí tive meu primeiro contato com a Terapia de Família.Em 1984 participo da primeira turma do curso sobre Pensamento Sistêmico com Zélia Nascimento, psicóloga e pioneira na Terapia de Família em Belo Horizonte. Paralela a esta formação inicio também uma formação em Terapia de base Bioenergética onde começo a integrar os conceitos psicodinâmicos com os conceitos sistêmicos. Meu trabalho em consultório como terapeuta de família e casal já era uma realidade. De 1991 a 1993 fiz formação no Sefam com Fiorângela Desidério, em São Paulo. Aí conheço o Delphos através de Maria Cecília Veluk Dias Baptista. Como eu já estava morando no Rio de janeiro,iniciamos um grupo de estudos de casos de familia semanal. Este grupo de estudos acabou se transformando num curso de formação de Terapia de família e Casal em 1998 com a participação de Laurice Levy e Martha Villar. A minha participação mais intensa no movimento de Terapia de Família se dá a partir da minha atuação como diretora adjunta da ATF-RJ nos biênios 2000/2002 e 2002/2004.
Lembranças: Meu nome é Marcia Luci Ortiz da Camara e gostaria de lhes apresentar o meu relato de como cheguei a me interessar por terapia de família e casal. Em 1977 fui morar em Los Angeles, nos Estados Unidos, com minha família. Havia recém acabado minha formação analítica e o motivo de irmos para lá foi o desejo de meu marido, na época, de fazer análise com o Dr.Bion, que estava residindo em Los Angeles. Ao chegarmos fomos procurados pelo grupo de analisandos de Bion que nos ofereceram sua ajuda em nos estabelecermos. Iniciei então uma série de encontros com estes analisandos, Dr. Bernard Bail, Dr. Jim Grotstein e o Dr. Jim Gooch. Eles trabalhavam numa Instituição Chamada Reiss Davis Child Care Center e me convidaram a trabalhar com eles. Foi nesta Instituição que desenvolvi o trabalho terapêutico de família e casal, assim como com crianças e adolescentes. Como havia feito minha análise pessoal com um ex-analisando do Dr. Bion e como, naquela época, os analistas com este enfoque teórico eram poucos nos Estados Unidos, passei a fazer parte do corpo de professores da Instituição, dando aula e supervisão. Pouco depois iniciei meu consultório particular e, a partir de então, minha experiência de supervisão com o Dr. Bion. Foi uma época de muita aprendizagem e uma experiência inesquecível. Mas eu não queria ficar morando lá para sempre, sentia que meu lugar era mesmo o Brasil. Voltamos depois de dois anos e meio. Após nos estabelecermos de volta, retomarmos nossos consultórios e voltamos nossa atenção para o aspecto Institucional de nossas vidas. Meu ex-marido, Dr. Luiz Alberto Py, entrou para a Sociedade Brasileira de Psicanálise e eu para a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro. Foi neste mesmo período que fomos convidados a entrar para Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo pelo nosso querido amigo Dr. Carlos Castelar. Fiquei muito entusiasmada com o trabalho de formação desenvolvido pela SPAG e durante alguns anos dediquei-me inteiramente aos trabalhos nesta Instituição. Foi então que introduzi no curso de formação de terapeutas de grupo o estudo e atendimento à família e casal. Isto foi no final dos anos 70. Os alunos ficaram muito interessados e alguns deles são hoje excelentes terapeutas de família, pois seguiram seu desenvolvimento nesta área com muita competência. Para mim este resultado é da maior importância, saber que pude colaborar e estimular colegas a desenvolverem seus horizontes.
Formei-me como Psicóloga na PUC- SEDES/SP em 1972 e já tinha muito interesse em trabalho com grupos. Por ter como professores os pioneiros do Psicodrama no Brasil, após a conclusão do curso de graduação , iniciei uma Pós graduação em Psicologia Social ( PUC/SP- 1974) e em seguida Curso de Especialização em Psicodrama (IBP/SP- 1975). Na formação de psicodramatista entre as diversas possibilidades de atuação profissional temos a do Sociodramatista de Casal e Família. Dentro dessa abordagem psicoterápica aprendemos como trabalhar com o grupo natural família, visto que J. L. Moreno, criador do psicodrama, apresenta em seus livros os primeiros protocólos de atendimentos à casais, datado de 1929. A partir desta especialização no final da década de 70 comecei a participar, em Unidade Funcional, de atendimentos à famílias e casais através da abordagem psicodramática, aperfeiçoando-me em grupo de estudos e supervisão com os textos de Jay Haley. Passei a dar aulas em cursos de especialização na formaçào de psicodramatistas no módulo de Psicodrama de Casal e Família. Em 1984 mudei-me para Recife e formei um centro de especialização em psicodrama e clínica de psicoterapia, onde atendia grupos, casais e família, na abordagem psicodramática. Em 1987 ao mudar-me para o Rio de Janeiro dei continuidade na minha carreira de formadora e psicoterapeuta psicodramática, ampliando minha prática clínicanos atendimentos com casais e famílias. Em 1990 fui morar nos Estados Unidos e tive um contato maior, através de workshops, com a escola de terapia familiar estruturalista. Em 1991 inicio minha especialização em terapia de família e casal na abordagem sistemica relacional, no SEFAM/ SP, onde conclui este curso, para enriquecer mais minha prática profissional. Busquei ao longo destes anos aprimorar cada vez mais meu trabalho, buscando diversas abordagens que pudessem contribuir com referenciais teórico-prático para o atendimento das famílias, desta forma fiz também especialização em Terapia Ericksoniana; aperfeiçoamentos na escola de Roma com Andolfi, escola estrutural com Minucchi, no construtivismo com Anderson, Sluski, Cechin, Boscolli e outros. Em 1993, de volta ao Rio de Janeiro, fundei o Delphos Espaço Psico Social que tem entre seus propositos especializar profissionais na prática psicodramática e na terapia de casal e família. Este curso, no Delphos, iniciou-se com um grupo de estudos que posteriormente foi estruturado e, em 1998, foi formatado como curso de especialização de 360hs. Passei então a coordena-lo e fazer parte da equipe técnica como professora supervisora. O Delphos foi convidada para participar da formação da ABRATEF e da construção de seus estatutos, mas por estarmos montando nossos cursos e com energia canalizada para nossa estrutura interna não pudemos colaborar nesta primeira etapa. Tenho participado intensamente com apresentação de trabalhos científicos desde o primeiro congresso brasileiro de terapia familiar e na organização de alguns deles. Participo desde o inicio da ATF-RJ tendo assumido cargos na diretoria, sendo presidente no biênio 2000/2002. Faço parte do CDC há quatro gestões da ABRATEF( não seqüenciais). Assumi a vice presidência da ABRATEF 2008/2010 e a presidência do IX Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, em Búzios/RJ, Agosto de 2010. Dentro do movimento psicodramático participei e participo da gestão da Diretoria Executiva da FEBRAP e nos Congressos Brasileiros e Internacionais de Psicodrama onde tenho apresentado trabalhos científicos e participado de mesas redondas sobre a Terapia de Casal e Família. Percebo que este percurso permitiu que eu fosse construindo uma integração entre essas abordagens dando um embasamento teórico a minha prática clínica. Espero que este relato pessoal possa contribuir para a montagem da história da terapia de família no Brasil.
Iniciei Psicologia na UFES em 1979 e conclui na PUC/RJ em 1984, onde tive contato com a Teoria Sistêmica com a Profa. Teresinha Féres-Carneiro. No estágio supervisionado no SPA/PUC, entre 1983/1984, atendia casais na modalidade de “Orientação de Pais”, em complementação ao trabalho de Ludoterapia. Ao mudar para o sul do país, comecei a estudar Terapia Familiar Sistêmica, em 1985, com Eduardo Kalina, em cursos para o atendimento de famílias de usuários de álcool e drogas. Em 1993 iniciei, em São Paulo, a Especialização em Terapia Familiar Sistêmica, com Ada Pelegrino, na PUC/SP, e o Mestrado em Psicologia Clínica, na USP, com Dr. Cemy Jordy. Porém, com transferência para o Rio de Janeiro, fui obrigada a interromper estes dois projetos precocemente. Fui aprovada no Mestrado em Psicologia Clínica, na PUC/RJ, em 1994, sob a orientação de Dra. Maria Helena Novaes, defendendo minha dissertação de Mestrado em 1998, sobre o impacto na mãe, no casal e na família com a internação de prematuros em UTI Neonatal. Cursei matérias sobre Terapia Familiar durante o Mestrado com a Profa. Teresinha Féres-Carneiro, que participou de minha banca de Mestrado, que foi apresentada no III CBTF em 1998, ocasião em que ingressei na ATF/RJ. Atualmente estou no Estágio Probatório do Doutorado no IPUB/UFRJ, sob orientação de Dr. Miguel Chalub, estudando Ofensa Sexual na Família. Estudei no Núcleo Pesquisas, com Dr. Moises Groisman, de 1998 até 2002, fazendo os seguintes cursos: Especialização em Terapia Familiar Sistêmica; Família de Origem do Terapeuta; Terapia Familiar com Crianças e Adolescentes e Terapia Familiar do Casamento, Divorcio e Recasamento; e fui Supervisora de Espelho por 2 anos, de 2001 a 2002. Participei de workshops com Eduardo Kalina, Monica McGoldrick, Froma Wash, Peggy Pepp, Eva Imber-Black, Maurizio Andolfi, Carmine Saccu, Omar Biscotti, Cloé Madanés, Salvador Minuchin, Stefano Cirillo, Judith Landau, Guy Haloos, Harlene Anderson, Cheryl White, David Demborough, Esther Perel, Jorge Colapinto e Carlos Slusky; e de um Máster, em Milão, com Luigi Boscolo e de um curso de Mediação Familiar, com Jacqueline Boscolo. De 2000 a 2002 fiz Formação em Sexualidade Humana no Instituto Persona, em São Paulo, com Dr. Nelson Vitiello. Na ATF/RJ fui membro da Diretoria de Comunicação (2002-2004); Vice-Presidente (2004-2006 e 2006-2008); e Presidente (2008-2010). Na ABRATEF fui 1ª. Secretária (2008-2010). No CDC/ABRATEF fui Membro Colaborador (2006); Membro Efetivo e Secretária da Comissão Latino-americana (2006-2008 e 2008-2010), participando da organização dos Encontros Latino-americanos dos VIII e IX CBTF. A partir de 1998, participei de todos os CBTF; e ajudei a organizar o IX CBTF como Presidente da ATF/RJ, regional responsável pelo congresso. Participei dos Congressos da IFTA em Porto Alegre, em 2001, e em Buenos Aires, em 2010, onde me tornei membro da IFTA e participei do International Meeting e do Encontro Latino-americano, passando a integrar a rede de terapeutas latino-americanos. Tenho trabalhado com crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias desde 1984, em consultório particular e em instituições sociais, como no GEAL/UFF, onde coordeno desde 2000 o Ambulatório de Terapia de Família e Sexualidade. Como formadora, ministrei cursos de Terapia de Família na “Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional”, nas Faculdades São Judas Tadeu, no Rio de Janeiro, em 1998; e Filosofia de Itaperuna, em 1999 e 2000. Desde 2001 ministro os módulos de Terapia Familiar Sistêmica nos Cursos de Extensão da UFF/FEC nos cursos de “Saúde Mental da Infância e da Adolescência” e no de “Problemas relacionados ao uso de Álcool e Drogas”. Em 2006, iniciei a Formação em Terapia de Casal e Família do IPHEM, Instituto de Pesquisas Heloisa Marinho, como Coordenadora Geral, Supervisora Clínica e Professora. Escrevi dois livros: “Família e Direito – Reflexões Terapêuticas e Jurídicas sobre a Infância e a Adolescência”; e “Facing Problems in Family and Society – Brazilian Experiences about Drugs, Child Sexual Abuse and Human Rights”, além de vários artigos sobre Casal e Família.
Meu caminho até a terapia de família foi através da minha prática com crianças, adolescentes e jovens, primeiro em Escolas e Universidade e depois em consultório como psicopedagoga clínica. Interessavam-me as questões que as crianças/adolescentes/jovens apresentavam na aprendizagem e tentava correlacioná-las com as modalidades de aprendizagem de seus pais e mães. Quais os modelos que possuíam? Quais os recursos que esse grupo familiar possuía para ajudar o paciente identificado? O que esse sintoma na aprendizagem significava naquele contexto? Fui buscar no paradigma sistêmico, recursos que me auxiliassem a pensar sobre estes temas e ampliassem minha atuação clínica como psicóloga e psicopedagoga. Concluí minha formação em terapia de família no Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro em 1991. No mesmo ano, juntamente com mais quatro colegas formávamos o Centro de Estudos da Família Adolescência e Infância (CEFAI). No início com um perfil clínico, atendíamos em Equipe, famílias com crianças/adolescentes. Hoje somos também uma Instituição formadora terapeutas de família. Sempre fui envolvida e comprometida com a ampliação do meu saber profissional e pessoal. Fiz o FOT (Família de Origem do Terapeuta) no CEFYP em Buenos Aires com Maria Rosa Glasserman. Em 1999 estive com Carmine Saccu na sua Escola em Roma (Escuela Romana di Terapia Familiare) onde trabalhei o self do terapeuta. Em 2001 participei de um curso para terapeutas de família em Massachussets nos EUA com Marcelo Pakman, nosso saudoso Gianfranco Cecchin, Janine Roberts, Carlos Sluzki e Lynn Hoffmann; em 2003 fui ao Chile no Instituto Matriztica com Humberto Maturana para um curso de 15 dias. Com Tom Anderson estive na Argentina em Buenos Aires em um curso. Busquei também em outros terapeutas como Mara Selvini Palazzoli, Minuchin, Mony Elkaim, Harlene Andersen, Maurizio Andolfi, subsídios para meu trabalho. Tive a oportunidade de escrever um artigo sobre Consultoria Clínica com mais cinco colegas, que está publicado na revista: Nova Perspectiva Sistêmica número 4; um capítulo em co-autoria no livro Papai, Mamãe, Você .. e Eu?, intitulado: “Uma criança face a duas culturas”. Organizei um projeto, junto à clínica social do CEFAI, para atendimento às crianças/adolescentes que apresentam problemas na aprendizagem junto com suas famílias. Deste projeto, nasce um livro por mim organizado, dos relatos de casos clínicos chamado: “Relatos do fazer Psicopedagógico”. Idealizei a revista “Idéias Sistêmicas” uma publicação do CEFAI que tem o objetivo de divulgar os trabalhos, a prática sistêmica dos profissionais do Rio de Janeiro. E quando houve o primeiro encontro para formação da ATF RJ, lá estava eu.
Meu interesse em trabalhar com famílias vem desde a época em que cursei o Mestrado em Psicologia na PUC-RIO e escolhi como tema da Tese de Mestrado a Psicologia da Gravidez, que veio a ser meu primeiro livro publicado, em 1976. Daí seguiu-se Nós estamos grávidos, aprofundando o conceito de “casal grávido” e “família grávida”. O livro seguinte, Comunicação entre pais e filhos, de 1981, aborda o tema da ampliação dos recursos de comunicação no dia-a-dia das famílias. Com bolsa do CNPQ, desenvolvi uma pesquisa com cerca de 400 pessoas que passaram pelo término do casamento e daí surgiu Casamento, término e reconstrução, publicado em 1986. O interesse em aprofundar a compreensão das diferentes organizações familiares resultou em outros livros, tais como Caminhos do coração – pais e filhos adotivos, Vida em família – conversas entre pais e jovens, Cá entre nós – na intimidade das famílias. O eixo central do meu trabalho tem sido a construção da paz, desenvolvendo a ética de cuidar bem de nós mesmos, dos nossos relacionamentos e do ambiente em que vivemos (incluindo aí o conceito de família humana com seis bilhões de habitantes habitando a Terra, nossa casa coletiva). Escrevi alguns livros sobre o tema: As sementes do amor – como educar crianças de zero a três anos para a paz, Os construtores da paz – caminhos da prevenção da violência, O bom conflito – juntos encontraremos a solução. Nesse eixo, tenho entrado em contato com projetos sociais bem-sucedidos no Brasil e, a partir desse conhecimento, desenvolvo histórias para adolescentes com o intuito de estimular a cidadania participativa: Viver melhor, Redes Solidárias, Florestania e Nos passos da dança são os títulos dessa linha. Portanto, em função do tempo dedicado à escrita, não tive envolvimento direto com as instituições de formação de terapia de família. Tive Ana Maria Hoette como orientadora, e fui aceita como membro da American Family Therapy Academy em 1987 Fui professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Santa Úrsula; coordenei a equipe de psicologia na enfermaria de Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e do setor de Ginecologia do Ambulatório da Praia do Pinto; organizei o alojamento conjunto da maternidade da Clínica São Vicente, onde também coordenei o trabalho de equipe interdisciplinar na UTI Neonatal. Fui professora do Curso de Formação de Negociadores da Fundação Getúlio Vargas, RJ. Na área social, participo do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira Terra dos Homens, desde 1996, sou Vice- Presidente da Cruzada do Menor, desde 2000 e colaborei com a Pastoral da Criança no programa “A Paz Começa em Casa”.
O meu percurso inicia-se com a descoberta da teoria e prática sistêmica à época do meu Mestrado na Universidade de Brasília – UnB, na década de oitenta. Viajei para os EUA onde fiz curso de extensão com Jay Haley e Chloé Madanes, participei de conferências com Salvador Minuchin, Carl Whitaker e, retornando ao Rio de Janeiro em 1986, continuei a minha formação por mais três anos sob a orientação de Lúcia Ripper no Centro de Estudos de Família e Casal (CEFAC). A partir dessa Formação, iniciei a minha participação em diversos workshops relacionados a questões pessoais e profissionais do terapeuta de família, por aproximadamente uma década, com Maurizio Andolfi na Itália. Nesse interim, iniciei o meu trabalho como terapeuta de família de famílias com problemas de adicção no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Atenção ao Uso de Drogas da Universidade do Estado do RJ (NEPAD/UERJ). Através do Nepad, ministrei inúmeros cursos relacionados à Família e Uso indevido e/ou abusivo de Drogas sob a ótica sistêmica. Deles saíram algumas pessoas interessadas em formar-se como terapeuta de família sistêmico. Ainda no Nepad, dei supervisão às estagiárias e às terapeutas de família do Setor de Família. No ano de 2006, ingressei no atual Departamento de Medicina Integral Familiar e Comunitária (DMIF/UERJ) onde ministro o curso intitulado Abordagem Familiar; dou supervisão; e sou responsável pela feitura de artigo científico dos Residentes de Medicina de Família e Comunidade. Em 2005, ingressei no Centro de Estudos Latino-Americano sobre Violência e Saúde Jorge Careli da Fundação Oswaldo Cruz (CLAVES/FIOCRUZ) como Pesquisadora Colaboradora. No Claves, dou aulas, desenvolvo pesquisas, participo de Projetos relacionados ao amplo espectro temático sobre Violência e Saúde.Na década de 90, dei aulas por quatro anos com o intuito de formar pessoas no pensamento e na terapia de família sistêmicos. Aliás, desde que descobri o paradigma sistêmico tenho como premissa ser uma multiplicadora de seus pressupostos básicos. Minha produção acadêmica gerou artigos e capítulos de livros publicados sobre a intercessão entre os assuntos: Prevenção, Tratamento, Adolescência, Família, Escola, Comunidade, Uso indevido e/ou abusivo de Drogas sob a ótica sistêmica, além de um livro que contém a minha tese de doutorado, publicado em 2008. Minha contribuição também se dá como membro da Comissão Científica da ATF-RJ desde 1998, co-participando na elaboração de eventos científicos que têm logrado êxito através das diversas Diretorias da Instituição.
Em 1981 fui para os EUA para fazer o meu mestrado em Social Work, na SAN JOSE STATE SNIVERSITY, CALIFORNIA. Um dos estágios do curso era numa escola que trabalhava com as famílias das crianças internas no programa. No ultimo ano do mestrado, 1983 comecei, paralelamente, um curso de Especialização em Terapia de Família, que terminei em 1984, quando voltei ao Brasil. Desde então venho trabalhando com famílias. Em 1987 fui para a França, onde fiquei até 1992. Neste período trabalhei , em ritmo de estágio na Clinique Dupré, com famílias de adolescentes internos e no Hospital Psiquiátrico Paul Brousse, com famílias de pacientes psiquiátricos. Em 1993 depois de um ano de volta ao Brasil, ingressei no Instituto Mosaico onde venho, desde então integrando a equipe de formação do curso de Especialização em Família que abriu este ano sua 15a. turma. O Mosaico é também meu local de prática clínica com casais, famílias, adultos e adolescentes. Em 2003 concluí meu doutorado em Saúde Coletiva com a tese: ” OS EFEITOS DA EXCLUSÃO DO PAI NO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE E NA DINÂMICA FAMILIAR”.
Considero-me um dos pioneiros da terapia familiar no Rio de Janeiro e no Brasil, já que fiz a minha formação no exterior (Itália) em 1983, na 2a turma do “Practicum” , de Maurizio Andolfi; fundei a Núcleo-Pesquisas em 1985 (Agosto), instituição de formação em terapia familiar mais antiga em atividade no Brasil; produzi e apresentei em 1986 o filme “Trama Familiar”, prêmio de melhor roteiro na XV Jornada Latino-Americana de Cinema de Salvador (Junho, 1986), no Family Therapy Festival (Heiloo, Holanda, Agosto) e prêmio de melhor direção do Rio Cine-Festival (Setembro). Além disso, realizei 44 videos científicos; publiquei seis livros sobre terapia familiar; criei o modelo sistêmico-vivencial de terapia familiar breve que já atendeu 400 familias e casais; e organizei 20 Simpósios e Encontros Regionais e Internacionais de Terapia Familiar Sistêmica, que acredito ajudaram a difundir e divulgar o movimento de terapia familiar no Rio de Janeiro, Brasil e no Exterior.
O trabalho de acompanhamento terapêutico na residência de pessoas em crise psicótica, alternativa a internações psiquiátricas, foi o mote para minha busca pela formação em terapia de família. No início dos anos 80 as comunidades terapêuticas viviam o seu declínio, mas já tinham deixado como herança para os trabalhadores de saúde mental a noção da importância do trabalho com famílias. Herdeiro das comunidades terapêuticas , o atendimento / acompanhamento de pessoas em crise psicótica nas suas residências era uma prática psi que implicava contato direto de psicólogos e psiquiatras, alguns estudantes, no cotidiano das famílias. Nesta época Lúcia Ripper, professora da PUC, realizava encontros com terapeutas no CEFAC (Centro de estudos de Família e Casal) a fim de dividir a experiência que tinha tido com profissionais internacionais que vinham atuando com famílias: Salvador Minuchin, Maurizio Andolfi, etc. Durante 5 anos participei de um grupo de estudos sobre terapia de família com atendimentos em sala de espelho, sob a supervisão de Lúcia; assim como participei de seminários com Maurízio Andolfi e Rosa Glasserman que vieram ao CEFAC ministrar cursos . No ano de 1988 iniciei a Especialização em Terapia de Família e Casal no IPUB/UFRJ onde dei continuidade aos estudos na área.. Quando em 1991 passei no concurso para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pude levar esta experiência de trabalho com famílias para os projetos da Vara da Infância e Juventude. O Estatuto da Criança e do Adolescente mudou o eixo das políticas de atendimento a crianças e adolescentes e trouxe a questão do trabalho com famílias para o foco das políticas públicas na área da infância e juventude. Em 1994 participei da implantação do Serviço de Orientação à Família da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca da Capital e coordenei o Programa Escola de Pais, voltado para o atendimento de famílias envolvidas em processos de representação por maus tratos a seus filhos. Em 1998 reencontrei antigos companheiros de formação em Terapia de Família que tinham fundado uma ONG, o Instituto Noos, com os quais também desenvolvi projetos sociais na área de violência intrafamiliar.
Meu interesse pela terapia de família iniciou-se em uma aula com Gladis Brun em 1985 onde encontrei na sua conversa uma resposta às minhas indagações quanto à terapia de crianças e adolescentes, durante meu curso de formação em psicanálise. Estava na época preocupada com os sintomas da criança e a função deles na família. Terapia de criança e adolescente e a orientação dos pais, um modelo de trabalho dos psicólogos na época não era suficiente na dissolução do sintoma.A terapia de família vinha com novas possibilidades. Iniciei minha formação em Terapia de Família em 1987 no ITF-RJ, concluindo em julho de 1991. Em julho de 1991 logo apos o curso realizei o Curso Intensivo sobre Terapia familiar Sistemica no Department of Psychiatry at Berkshire Medical Center and Family Center of Berkshire em Pittsfield.USA.com Carlos Sluzki, Pakman, Cecchin e Celia Falicov. Em fevereiro de 1997 participei do Curso Intensivo em Terapia de Família ( Practicum ) na Accademia di Psicoterapia della Famiglia em Roma com Maurizio Andolfi. Em 1999 participei do Curso Intensivo em Terapia de Família na Scuola Romana di Terapia Famigliare com Carmine Saccu. Na Scuola Romana já estive outras duas vezes trabalhando com Carmine e seus alunos por duas semanas em dezembro de 2000 e novembro de 2003. Ao longo destes anos tenho participado de todos os Congressos Brasileiros de Terapia de Familia apresentando trabalhos, coordenando mesas e plenárias, desde o 1º Encontro Brasileiro em Salvador em 1988.Também tenho estado em Congressos Internacionais como os congressos promovidos pela European Family Therapy Association em Barcelona, outubro de 1997 e Budapest, junho de 2001 e dos congressos promovidos pela International Family Therapy Association da qual sou membro associado, em Oslo, junho de 2000 , em Porto Alegre em novembro de 2001 e na Cidade do Porto em 2008 e dos congressos Internacionais em Buenos Aires promovidos pela Associação Sistemica de Buenos Aires em abril de 1997 e pelo Cefyp-20 anos, em1999. Em dezembro de 2000 participei como convidada do Convegno Internazionale ” I Pionieri della Terapia Famigliare ” em Roma. Tambem ao longo destes anos participei de cursos com profissionais com Maurizio Andolfi, Mony Elkaïn, Saul Fuks, Maria Rosa Glasserman, Adolfo Loketek, Joel bergman, M.Duncan Stanton,Stefano Cirillo, Russel Haber Michele Scheinkman, Florence Kaslow, Lynn Hoffman, Marcelo Pakman, Gianfranco Cecchin, Peggy Papp, Cloe Madanes, Tom Andersen , Humberto Maturana, Michael White e mais recente, em fevereiro de 2010 em Milão com Luigi Boscolo. Fui socia fundadora do CEFAI, onde tive a função de Diretora e Formadora desde o ano da sua fundação em 1991 até o ano de 2006 quando me retirei, com a decisão de continuar meu trabalho em minha clinica particular no meu consultório.
Meu contato com a Terapia de Família começou em 1983, no Hospital Psiquiátrico de Malêvoz, na cidade de Monthey, Vallais, na Suiça, sob supervisão de Vladimir Beckarevich, psiquiatra e terapeuta de família e, em seguida, com o vice-diretor do hospital, Dr. Roberto Hengking, Psiquiatra, psicanalista e terapêuta de Família. Em 1986 e 1987 fiz minha formação em Terapia de Família no “Centre d’ Etudes sur la Famille”no Hospital Psiquiátrico de Cery da Universidade de Lausanne, Suiça, onde também havia feito meu curso de medicina. Voltei para o Brasil em 1988 e desde 1992 sou co-diretor do Instituto Mosaico onde realizamos um Curso de Especialização em Família.
Quando ainda estava na PUC, fazendo psicologia, no meu estágio, vi o primeiro atendimento de família na sala de espelho, realizado por Ary Band, então meu supervisor. Ao me formar, no ano de 1982, a intenção de continuar estudando me levou ao Instituto de Psiquiatria da UFRJ para a Especialização em Terapia de Família em 83. Concomitante ao curso, passei a fazer parte de um grupo de estudos sobre terapia de família coordenado por Anna Maria Hoette e Gladis Brun. Em 86 fui convidada para começar a dar aulas em outros grupos de estudo que já se formavam e nasceu o embrião do ITF para o qual fui convidada a participar por Gladis e Anna. Em 1987, inauguramos o ITF-RJ eu e mais sete sócias: Anna Maria Hoette, Gladis Brun, Teresa Cistina Chagas Diniz, Lia Ganc, Eloísa Vidal Rosana e Isabella Sá. No ITF, lecionando, coordenando a formação a partir de 1989 (o curso básico), participando da edição da revista Nova Perspectiva Sistêmica desde 1991, dirigindo a Instituição, supervisionando já mais de 300 alunos que passaram por lá, sinto que continuei minha formação e minha trajetória como terapeuta de família foi se consolidando. Coordenei a formação como um todo de1991 a 2008, tendo ficado afastada desta coordenação no período de 2000 a 2003. Participei de quase todos os Congressos de Terapia de Família, estava lá na primeira Assembléia da ABRATEF e na fundação da ATF – RJ. Criei e coordenei, junto com Jorge Bergallo, o primeiro encontro de Formadores em Terapia de Família no Congresso de Terapia de Família do Rio de Janeiro em 1998, privilegiando a conversa e a troca entre terapeutas de todo o Brasil. O interesse teórico e na clínica de famílias após a entrada no campo das abordagens construtivistas e construcionistas sociais me levaram a querer aprofundar a questão dos intervenções em terapia de família. Em 91 ingressei no mestrado em Psicologia Clínica da PUC e da dissertação de mestrado surgiu o livro Terapia Sistêmica de Família: da instrução à construção publicado pelo Instituto Noos em 96, que hoje é vendido em todo o Brasil, especialmente pelas instituições formadoras, já tendo tido duas edições. O estudo do movimento construcionista levou-me a pouco a pouco ir ampliando minha prática para outros grupos relacionais além da família. Surge a curiosidade de explorar a aplicação da teoria sistêmica, do construcionismo social, ao trabalho com grupos. Em 1997, no ITF, criei um projeto que se manteve até 2007reunindo o trabalho com grupos e divórcio. Com uma equipe, da qual participaram entre outras Maria Beatriz Costamilan e Nadia Moritz, realizamos grupos de homens, mulheres e adolescentes que passaram pelo divórcio em suas famílias. Este trabalho, sucesso por seus resultados e por sua originalidade levou-me a caminhos novos na minha clínica e na docência. O trabalho com grupos, organizações, equipes começa a se consolidar em minha prática. A partir de 1998, já fazendo parte da equipe do Instituto NOOS (ONG criada por ex-alunos e professores do ITF),da qual faço parte desde a sua fundação, passei a integrar o Núcleo de Gênero, Saúde e Cidadania. Lá coordenei dentro de um amplo projeto de trabalho com a violência intrafamiliar de gênero, grupos com mulheres em situação de violência, além de inúmeras capacitações para diversos tipos de públicos sobre visão sistêmica e violência, gênero e violência, etc. Além disto, desde a fundação do Instituto NOOS participei dos seus projetos de formação em Terapia de Família fora do Rio de Janeiro: em Campinas e Macaé. Em 1997, por ocasião do décimo aniversário do ITF, divulgamos a pesquisa que coordenei sobre a clínica social do ITF. A partir deste trabalho comecei a coordenar grupos de atendimento a famílias em situação de violência. O ITF como um pólo de ensino e aprendizagem sobre a terapia sistêmica de família também publicou a partir de 1991 a primeira revista sobre a terapia sistêmica no Brasil. Nova perspectiva Sistêmica onde comecei como assistente de edição e passei a editora em 1993, foi para mim um grande terreno para aprendizagem, contato com outros profissionais e desafios constantes. Em 2003, a partir de meu interesse e trabalho com grupos, fui convidada por Saúl Fuks a integrar uma equipe que ministra aqui no Brasil um curso sobre Facilitação Sistêmica de Processos Grupais, inspirado em experiências dele na Argentina, na França, etc. e numa parceria do ITF-RJ com a Fundación Moiru, de Rosário. Também em 2004 ministrei um curso sobre trabalho com grupos a partir do construcionismo social no Instituto NOOS. No período entre 2005 e 2007, a estrutura do ITF-RJ transformou-se havendo mudanças desde a área da equipe até mudanças físicas, de casa, etc. DE todas as transformações surge uma nova instituição o MULTIVERSA: terapia de família e práticas sistêmicas, dirigida por mim e por Eloisa Vidal Rosas. Mantendo o curso de formação em terapia de família e acrescentando outras práticas a seu “cardápio” de cursos, como a facilitação de grupos, Multiversa representou a ampliação das fronteiras da visão sistêmica para além da terapia de família e consolidou o alinhamento da equipe com as contribuições do construcionismo social. Em 2008, Multiversa fez uma parceria com o Instituto Noos no curso de formação e na revista Nova Perspectiva Sistêmica. Por esta época deixei a coordenação do curso de a edição da revista para ingressar no doutorado no Programa de Psicologia Social da UERJ, onde tenho minha pesquisa centrada na articulação do trabalho de grupos com a situação de divórcio. Com todas estas atividades, mais a clínica, artigos publicados, enfim, a história da terapia de família no Rio de Janeiro e no Brasil está encarnada em minha prática e em minha vida. Assim como acho que sou parte dela, ajudando a construir e consolidar os caminhos da terapia sistêmica no Brasil. Hoje a terapia de família já tem várias gerações de terapeutas e atuando e atuantes que ajudam a dar visibilidade e consistência ao campo. Muitos deles, tenho orgulho de dizer, foram formados nas instituições onde atuei e ainda atuo. Por outro lado, deixamos de ser um pequeno grupo de pioneiros onde todos se conheciam e se encontravam a cada Congresso para sermos uma enorme e produtiva comunidade de pessoas, uma rede que necessita comportar diversidade, identificações e, portanto grandes desafios.
Minha história de pioneirismo refere-se ao emprego da Gestalt-terapia no atendimento a casais e famílias, ainda na década de 90, a co-confecção e co- implantação de um modelo de intervenção relacional com base na Gestalt-terapia e na teoria sistêmica de família, a capacitação de terapeutas de família através do um curso de Intervenção Relacional Gestáltico Sistêmico em terapia de família, no CgT Sandra Salomão, inaugurado no ano de 2003, em dupla coordenação e parceria com Ana Cristina Felisberto, psicóloga especialista em Terapia sistêmica de família. Também gostaria de mencionar a criação da disciplina de Ciclo Vital da família, no segmento de desenvolvimento, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, disciplina que aborda um tema central do trabalho com famílias-o desenvolvimento através do ciclo vital e o genograma, com ementa baseada na teoria sistêmica de famílias e na Gestalt-terapia. A tendência ao pioneirismo já havia sido inaugurada quando adotei a gestalt-terapia como a abordagem de orientação teórica e metodológica em 1979, década em que este modelo de psicoterapia chegou ao Brasil. A própria abordagem propunha um atendimento ao cliente mais abrangente e contextualizada com seu grupo familiar ou social, mas não havia no Rio de Janeiro uma prática ou sistematização de formação específica na área de família em gestalt-terapia. A minha atuação efetiva no campo da terapia de família com ênfase na gestalt-terapia começa através de uma formação obtida no San Diego Training Center, Califórnia, EUA, nos anos 94/96, coordenado por Miriam e Erving Polster, instituição na qual obtive meu primeiro treinamento em terapia de casal e família. Ainda no final dos anos 90, necessitava de mais conhecimento, interlocutores e rede profissional na clínica com famílias e então comecei uma especialização na Núcleo pesquisas, com Moisés Groisman, na qual me formei, embora continuasse a dar prosseguimento a outros treinamentos na área de Gestalt com casais e famílias com Joseph Zinker e Richard Hycner, profissionais que foram trazidos ao Rio de Janeiro para divulgar e transmitir o conhecimento em atendimento de casais e sistemas íntimos em gestalt-terapia para a comunidade de gestalt-terapeutas e interessados no tema família.
Meu trabalho clínico iniciou-se em 1976 tendo como base a abordagem psicanalítica, e como foco o atendimento individual de adultos no âmbito do hospital psiquiátrico. De 1982 a 1985 participei de um curso de “Psicoterapia de Base Psicanalítica”, no Grupo Petropolitano de Estudos Psicanalíticos, Coord. Dr. João Paulo dos Santos Gomes e professores Dr. Gilberto Lago e Dr. Lourival Coimbra, membros do Instituto de Medicina Psicológica da Sociedade Iracy Doyle. Comecei a trabalhar com famílias em 1977 no hospital psiquiátrico “Clínica e Solar Pedras Brancas” em Petrópolis-RJ, aonde trabalhei até 1982. Em 1979 fui morar em Paris-FR aonde fiz visitas a algumas instituições psiquiátricas, e comunidades terapêuticas, e ao retornar agreguei os conhecimentos adquiridos ao meu trabalho institucional. Em fins de 1979 iniciei supervisão em psicoterapia familiar com o enfoque hospitalar com a psicanalista Dra. Malvine Salcberg até o final de 1980. Em 1981 iniciei o trabalho clínico em consultório privado atendendo a adultos, famílias e casais sob a supervisão, por três anos, da psicanalista Dra. Sheiva Campos Rocha. Em 1984 fui morar em Milão – ITL onde freqüentei o curso do Centro Milanese de Terapia della Famiglia, dirigidos pelos Dr. Luigi Boscolo e o Dr. Gianfranco Cecchin. Nessa ocasião fiz um Seminário na Universitá Degli Studi Di Pavia , Scuola Di Specializzazione In Psichiatria , Pavia , Itália – “Terapia Della Famiglia Con Paciente Anoressico Crônico” – com a Dra. Mara Selvine Palazzoli, aonde tive a oportunidade de iniciar contacto com a mesma, o que me permitiu passar um dia no “Nuevo Centro Milanesi de Terapia della Famiglia”, um centro somente dedicado a pesquisa. Nessa ocasião assisti ao atendimento da Dra. Mara S. Palazzoli a uma família, ficando na equipe de observação atrás do espelho juntamente com a Dra. Giuliana Prata. Ao retornar ao Brasil senti necessidade de entrar em contato com outros terapeutas da área da terapia de família sistêmica relacional, e assim fiz parte da primeira turma de formação do curso Terapia Familiar Sistêmica, de 02/10/87 à 23/6/89, no Núcleo – Pesquisas Integradas da Família e do Adolescente – RJ, dirigido pelo Dr. Moises Groisman. Apresentei monografia em 1990. Em 1991 foi lançado o primeiro número da Revista Nova Perspectiva Sistêmica-RJ, publicação do Instituto de Terapia de Família- ITF, publiquei nessa revista os seguintes artigos: “Uma Perspectiva Sistêmica Para a Terapia Familiar na Instituição”, Junho 1994, Ano III, Número 5, pág.44 a 48; “A Terapia Sistêmica de Casal: Da Objetividade à Intersubjetividade”, Dezembro1996, Ano V, Número 9, pág. 29 a 36; “A Noção de Rede Social e Mudanças no Pensamento Sistêmico Contemporâneo”, Dezembro 2000, Ano IX, Número 18, pág. 16 a 24, e o artigo “Ajustando o Foco: Adequando Conceitos e Técnicas no Trabalho com Famílias Pobres”, Junho 2003, Ano XII, Número 21, pág. 45 a 56. Este último artigo foi baseado na minha monografia do final do curso de “Trabalho Social com Famílias na Abordagem” Sistêmica”, promovido Associação Brasileira Terra Dos Homens- ABTH- RJ; participei da primeira turma – 03/2001 a 06/2002. Devido ao desejo de realizar algum trabalho na área social, fundei o “Grupo de Apoio à Família e à Adoção de Petrópolis – GAFAP” em 14/06/2002, e sou diretora até a presente data. Somos apoiados pela Universidade Católica de Petrópolis-UCP, e trabalhamos em parceria com o Juizado da Infância, da Adolescência e do Idoso da Comarca de Petrópolis. Como conseqüência da experiência com adoção escrevi o artigo “A Aventura “do Casal: Da Infertilidade à Adoção”, publicado pela Revista Pensando Famílias, publicação científica editada pelo DOMUS, Centro de Terapia de Casal e de Família – Porto Alegre, RS, Dezembro de 2008, vol. 12, Número 2, pág. 63 a 72. Desde 1997, ministro cursos de extensão, e de pós-graduação na Universidade Católica de Petrópolis-UCP. Sou membro Titular da Associação de Terapia de Família do Rio de Janeiro, tendo participado da Diretoria da ATF-RJ na gestão de 2202-2004. Sou membro da International Family Therapy Association- IFTA. Portanto, venho trabalhando com famílias e casais, assim como, ministrando cursos, palestras, workshops, apresentando trabalhos em congressos, e escrevendo artigos desde 1977 até a presente data. Espero que estas informações possam auxiliar na reconstituição da história da terapia familiar no Estado do Rio de janeiro.
Quando me formei em Psicologia, aos 39 anos, já havia constituído família e um dos meus 4 filhos tinha se submetido, muitos anos antes, a uma psicoterapia individual (na época denominada ludo-terapia) da qual eu e meu marido participávamos através de sessões de acompanhamento com outra psicóloga. Não era permitido que falássemos com a terapeuta de nossa filha, o que gerava um incômodo diante da inflexibilidade de uma regra inquestionável. Acho que esta foi a origem de meu interesse por estudar famílias: se uma família era capaz de “adoecer” um de seus membros, deveria poder participar de um tratamento que a incluísse de uma forma menos alienante. No último período da faculdade, cursei uma cadeira de Avaliação Familiar, ministrada pela Prof. Terezinha Feres Carneiro e tomei conhecimento de que havia profissionais que trabalhavam com famílias com um outro referencial teórico que não a Psicanálise. Passei a buscar uma formação em Terapia de Família e encontrei o curso de especialização lato-senso do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) que concluí em 1984. Nesse mesmo ano, constituímos, eu e mais 5 colegas, um grupo de estudos coordenado por Gladis Brun para dar continuidade a nossa formação. Em 1986, Gladis e Anna Maria Hoette, que coordenava um outro grupo de estudos no CEFAC, juntaram-se para dar início a um curso de especialização em Terapia de Família com enfoque sistêmico. No início de 1987, Lia Ganc e eu fomos convidadas a dar aulas teóricas para a 2a. turma que estava se candidatando ao curso. Essas 2 turmas deram continuidade a sua formação no Instituto de Terapia de Família do Rio de Janeiro –- ITF – RJ, fundado em outubro de 1987. Fui uma das fundadoras da ABRATEF e da ATF – RJ, a qual presidi em sua 1a. gestão e a 2a. presidente da ABRATEF no período de 1986 – 1988. Desde então, tenho participado das diretorias da ATF- RJ e, em 2010, estamos organizando o IX Congresso Brasileiro de Terapia Familiar, em Búzios. Durante esses anos venho desenvolvendo minha prática clínica em consultório particular e estudos teóricos através do ensino, e da supervisão, de cursos independentes ministrados por outros profissionais brasileiros e estrangeiros, assim como de participações de congressos nacionais e internacionais.
Faço parte da primeira geração de pioneiros da Terapia de Família e Casal no Brasil. Em 1970, ainda cursando a Graduação em Psicologia na PUC-Rio, iniciei minha formação em Avaliação Familiar, nos cursos de extensão em Arte-Diagnóstico Familiar, ministrados pela Dra. Hanna Kwiatikowska, professora da George Washington University, oferecidos ao longo de quatro semestres. Em 1973, a partir da experiência adquirida na referida formação, constituí uma parceria com a professora Lucia Ripper, para a criação de uma equipe de atendimento à comunidade e de formação de estagiários em diagnóstico e terapia de família, no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da PUC-Rio. No SPA, participei da formação em terapia de família de várias turmas de Graduação em Psicologia. Em 1975, concluí, na PUC-Rio, o Curso de Especialização em Terapia de Família e, concomitantemente, o Curso de Mestrado em Psicologia Clínica, ao longo do qual construí o primeiro método brasileiro de diagnóstico de família – a Entrevista Familiar Estruturada (EFE). A EFE foi posteriormente validada no estudo realizado como tese de Doutorado, defendida na PUC-SP em 1981, e hoje é publicada pela Casa do Psicólogo como teste psicológico aprovado pelo CFP. Em 1980, participei, juntamente com seis colegas, da criação da primeira instituição de formação em terapia de família no Rio de Janeiro, o CEFAC – Centro de Estudos de Família e Casal. Em 1983, integrei a Comissão Organizadora do I Encontro Nacional de Terapia Familiar, ocorrido na PUC/SP. Depois de uma formação e de uma atuação predominantemente sistêmicas, em 1988, realizei um estágio de pós-doutorado, com bolsa da CAPES e duração de 8 meses, no Instituto de Terapia Familiar de Roma e na Universidade de Paris 5, Sorbonne. Na Itália, fiz o Curso para Estrangeiros com Ana Maria Nicollò, Carmine Saccu e Paulo Menghi. Em Paris, trabalhei com Jean Lemaire, acompanhando Seminários Clínicos sobre Psicanálise de Família e Casal , e atendendo casais e famílias numa abordagem predominantemente psicanalítica. De volta ao Brasil em 1989, convencida da possibilidade de articular as abordagens sistêmicas e as abordagens psicanalíticas no atendimento a famílias e casais, passei a difundir tal postura teórico-técnica no ensino e na pesquisa, na área de família e de terapia familiar. Em 2005, implantei na PUC-Rio, juntamente com um grupo de ex-doutorandas, o Curso de Especialização em Terapia de Família e Casal, que tem como um dos objetivos tal articulação, propondo uma tríplice chave de leitura para a clínica de família e casal, que passe pelo intrapsíquico, pelo interacional e pelo social. Na última década, tenho mantido intercâmbios com terapeutas psicanalíticos de família e casal na França, tendo sido indicada, em 2007, como representante para a América Latina da Seção de Terapia Familiar Psicanalítica da Associação Européia de Psicoterapia Psicanalítica. Nos quase 40 anos atuando como psicoterapeuta de família e casal, tenho procurado articular a teoria, a clínica e a pesquisa, em busca de uma prática cada vez mais contextualizada socialmente. As primeiras publicações e orientações, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-Rio, a grande maioria das quais sobre família e casal e terapia familiar e de casal, remontam ao ano de 1975. Desta época até a presente data – março de 2010 – orientei 22 teses de doutorado, 52 dissertações de mestrado e 20 monografias de especialização. A divulgação dos resultados das diferentes pesquisas desenvolvidas, no referido período, encontra-se nos 76 artigos que publiquei em periódicos científicos, 14 livros e 23 capítulos de livros.
PROFISSIONAIS NÃO ASSOCIADOS A ABRATEF, CONSIDERADOS PIONEIROS EM TERAPIA FAMILIAR PELO TRABALHO DESENVOLVIDO ANTES DE 1994.
LUCIA QUARESMA
Psicóloga – Lucia Quaresma (Lucia Ripper) estudou psicologia na PUC-Rio e fez mestrado em Psicologia Clínica (Master of Science) na Universidade da Califórnia–San Francisco, USA. Durante sua residência de dois anos no Herrick Memorial Hospital em Berkeley, participou do intenso treinamento em Terapia Familiar que esta instituição proporcionava aos seus profissionais da área de saúde mental. Foram cursos, seminários e supervisões com membros do Mental Research Institute de Palo Alto, como Bateseon, Satir, Haley, Watzlawick, Sluski, assim como de outras instituições, como Whitaker, Nagy e Minuchin. De volta ao Brasil em 1973 é contratada como professora pela PUC-Rio e inicia sua clínica particular. Na PUC introduz a cadeira de Terapia de Familiar e monta uma equipe de estágio no SPA, além de orientar teses de mestrado. Para manter-se atualizada e continuar a se aperfeiçoar participou de inúmeros cursos e congressos, merecendo destacar o Practicum de 1 mês com V. Satir (1975, Canadá) e o Practicum (Roma,1981) e o Metapracticum (Roma, 1984) com M.Andolfi. Destaca-se também a sua participação no First European Teaching Seminar (Veneza, 1982), seminário internacional para professores de terapia familiar, conduzido por C.Whitaker, S.Minuchin e M.Andolfi que, durante uma semana reuniu 40 profissionais de diversos países, diretamente escolhidos e convidados pelos 3 organizadores. Empenhou-se em divulgar e emplementar a terapia familiar no Brasil onde, na década de 70, a psicanálise era o mais importante e dominante referencial teórico da prática psicoterápica. Neste sentido, Lucia trabalhou intensamente junto ao meio profissional, não só com a sua atuação docente na PUC, mas também através de cursos em outras instituições, extensa participação em seminários e congressos e cursos ministrados em outros estados. Buscou também divulgar as noções de atendimento a famílias e casais entre leigos, ou seja, junto às pessoas que poderiam usar e se beneficiar desta forma de terapia. Neste sentido coordenou vários cursos e grupos de casais, deu consultorias e escreveu para diversas revistas (foi consultora fixa da revista Pais e Filhos por muitos anos), além de matérias e entrevistas em jornais. Em janeiro de 1980, com Gladys Brun e Ana Maria Hoette, funda o CEFAC – Centro de Família e Casal , onde foi instalado o primeiro espelho unidirecional do RJ. No CEFAC, através de seminários, discussões de casos e supervisões, buscaram fomentar a aproximação e o intercâmbio com profissionais cariocas da área (Terezinha Féres-Carneiro, Antonio Celso, Vicky Roitman, Ary Band e outros) assim como terapeutas de outros estados e países (Ana Maria Nicoló, M.Andolfi, C.Sluski. A.Loketec, M. Rosa Glacerman, Cristina Ravazzola) . Eram dadas também palestras, grupos de estudo e pequenos cursos e, em 1985, Lucia inicia seu curso de formação e especialização em terapia familiar com duração de 4 anos. Hoje, 3 décadas depois, com a terapia familiar firmemente estabelecida e uma multiplicidade de institutos e cursos criados, Lucia desfruta de um outro ritmo de trabalho e de vida. Sua tarefa mais importante no momento é viver plenamente a fase atual do seu próprio ciclo vital familiar, em que quatro gerações convivem criando e modificando papéis e funções. “Com meus pais velhos e doentes temos que assumir uma função parental de cuidados e responsabilidades. Na vida de casal é preciso assimilar as vicissitudes e gratificações da meia idade, preparando uma velhice saudável e harmoniosa. Ao lado de nossos filhos, acompanhamos estes novos adultos criando suas próprias famílias e firmando suas posições no mundo. E, tarefa mais dôce, vivemos o encantamento do amor e carinho dos netos e o fascínio de acompanhar o desabrochar de suas personalidades e inteligências – um elo com a imortalidade, uma forma especial de participação no futuro”.
CARLOS ROBERTO SABA
Nos anos de 1972-1973 um grupo de profissionais estudava a família e fazia atendimentos nos consultórios. A psicanalista Galina Schneider passou 3 anos na Tavistok em Londres e trouxe o modelo sistêmico para o grupo de estudos onde eu fazia parte. Comecei a introduzir o atendimento familiar sistêmico no Centro de Orientação Juvenil do Instituto Fernandes Figueira. Os casos das crianças e adolescentes e suas famílias eram discutidos na equipe da instituição. Estudávamos os textos de Maurizio Andolfi para o atendimento familiar com frequência quinzenal e mensal. Partíamos dos fatos para que a família pensasse sobre as questões que trazia como queixa. O trabalho do COJ/IFF se transformou numa experiência muito importante, instituição que permaneci até me aposentar no final da década de 90. Hoje atendo famílias no meu consultório privado.
VERA MARCIA RAMOS
Na década de 70 na Puc já existia no SPA o atendimento de família. Galina Schneider era minha supervisora, se interessava pelo tema e organizou um grupo de estudo. Ela e Jairo Coutinho trabalhavam em co-terapia com família de psicóticos. Galina passou uma temporada em Londres na Clínica Tavistok, onde teve uma experiência inédita da terapia familiar no referencial sistêmico com compreensão psicanalítica. Trouxe textos na abordagem psicanalítica da escola inglesa, mas também textos de Andolfi para o grupo que contava com a participação de Carlos Roberto Saba, Ramon Fandiño, Anna Maria Nunes, e Jairo Coutinho. Na década de 80 participei da equipe com Carlos Roberto Saba no Instituto Fernandes Figueira. Estudávamos bibliografia sobre o tema família para o atendimento de adolescentes e crianças e suas famílias, até minha aposentadoria nessa instituição no ano 2000. Essa experiência ampliou-se para o atendimento de famílias em consultório.
LINDEMBERG RIBEIRO NUNES ROCHA
Médico–psicanalista. No ano 1970 – Primeira família atendida como grupo dinâmico terapêutico na Comunidade terapêutica do Hospital Pinel –M.S; 1971 – Bolsa de Iniciação Cientifica do CNPQ – ,juntamente com Ângela Lobato para a pesquisa – Estudo da comunicação em famílias de Psicóticos; 1973- Apresentação de Relatório ao CNPQ; 1972 – 1975 – Criação, direção e supervisão do Setor de Terapia Familiar da Cadeira de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ; 1977 – 1978 – Organização e supervisão de curso para casais e de atendimento para famílias e casais no INFA – Instituto da Família; 1975 – 1980 – Mestrado em Medicina Social no Instituto Med. Social da UERJ. Dissertação com defesa pública de: Estudo das relações psicológicas entre o individuo e a família e suas repercussões teórico-clínicas. Março de 1980; 1971 – 2004 – Atendimento em consultório particular de famílias e casais; 2004 – Projeto de um curso a se iniciar em agosto de Terapia Psicanalítica de Família na APERJ – Rio4. Origem do interesse em Terapia de Família: “O final da década de 60 do século passado foi a época do questionamento profundo das práticas psiquiátricas. Foi o movimento dito da Anti-psiquiatria, encabeçado entre outros por Laing. A Comunidade Terapêutica se origina nesse movimento. A Comunidade Terapêutica enfatizava os aspectos filosóficos, sociais e familiares da doença mental. O orgânico era uma variável em relação a qual nada se podia fazer. Comecei a trabalhar na Comunidade Terapêutica do Engenho de Dentro (M.S.) em 1968. Aos poucos me dei conta da importância fundamental da dinâmica familiar para o entendimento da loucura. Comecei inicialmente interessado na comunicação intra-familiar e sua conseqüência, as teorias sistêmicas. Com o tempo, por considerá-las insuficientes para o que eu pretendia, optei por uma abordagem eminentemente psicanalítica”.
SHEIVA CAMPOS NUNES ROCHA
Medica –Psicanalista ,Diretora do Instituto da Aperj. Iniciei minha formação em Terapia de família, ainda na Faculdade de Medicina UFRJ, em estágio na Comunidade Terapêutica do Pinel.- 1972. Atendo em Consultório Particular desde 1977 em Terapia de Casal e Família de base analítica. Tenho, Especialização em terapia Familiar pelo IPUB-1978. Participei da Organização e supervisão do Curso de Família e Casal no Instituto da Família-1978. Apresentação de vários artigos em Congressos e Simpósios sobre Terapia de Casal e Família. Debate na televisão e radio sobre assuntos relacionados a relacionamento de casal e família. Consultora da Revista Pais e Filhos e outras. Fui, Presidente, Vice-Presidente, e atualmente Diretora do Instituto da Associação Psicanalítica da Cidade do Rio de janeiro. Atualmente Delegada do Comitê de Família e Casal da federação Latino–Americana da Psicanálise da Fepal.