Esse tema é extremamente delicado e tem que ser cuidadosamente compreendido.
A liberdade é algo que se conquista e que se precisa manter, e não significa se ter direito a tudo sem limitação. Na verdade ser livre é ter em seu interior a possibilidade de ter a alma que se aventura a questionar e discordar, com reflexões e discussões de valores e de ética.
Nosso corpo pode estar totalmente livre para ir e vir, mas se nosso mundo interno estiver obstruído e paralisado, se não for possível se confabular e fantasiar, estamos prisioneiros.
Pensando em exemplos de prisioneiros, que sempre estiveram livres, me vem à memória a pessoa de Nelson Mandela, e de pessoas livres, mas prisioneiras, os pacientes psiquiátricos.
O filme, Em nome do pai, de 1993, que se baseia no fato real de um atentado à bomba do IRA, ocorrido em 1974 e que mata cinco pessoas num pub de Guilford, próximo à Londres, leva o jovem rebelde irlandês Gerry Conlon e três amigos para a prisão. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudar o filho e também é condenado, e termina ficando cego na prisão.
Com a ajuda da advogada Gareth Peirce, que passa a investigar as irregularidades do caso, conseguem ser libertos. Próximo a isso ocorrer, o filho conversa com o pai e diz que em breve eles estarão livres, ao que o pai responde, que é um homem livre, todas as noites seu espírito vagueia pelas colinas da Irlanda e ele visita sua casa e sua amada mulher. Isso se chama LIBERDADE!!! Em maiúsculas….
Suely Engelhard
Associada ATF-RJ