Sigo levando mais perguntas do que respostas

Meu nome de batismo é Ana Cristina Felisberto Silveira, mas na vida profissional sou conhecida pelo sobrenome materno, Ana Cristina Felisberto.  

Comecei a trabalhar com famílias em 1987, no último ano de faculdade, quando tive meu primeiro contato com a saúde mental no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, em Niterói.

Meu interesse pelo trabalho com famílias começou junto com o interesse pela saúde mental, quando fiz contato com os livros de Ronald Laing.

Em 1988 ingressei no curso de especialização em terapia familiar do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, onde tive contato com as primeiras abordagens em terapia familiar sistêmica, das quais destacou-se inicialmente a abordagem estrutural,  o que me fez seguir atentamente os passos de Salvador Minuchin, com quem foi possível aprofundar meus estudos quando  tive a oportunidade de conhecê-lo em Santos (SP)no curso intensivo de “Psicoterapia Familiar Estrutural” em 1995.

De 1990 a 1999 atuei como supervisora do SPA das Faculdades Integradas Maria Thereza em Niterói, onde  tive a possibilidade de aprender um pouco mais sobre a terapia familiar do lugar do formador. Desde então venho trabalhando com formação de terapeutas de família e de casal, tendo passado a fazer parte da equipe do Centro de Gestalt Terapia  em 2000, onde construí junto com Sandra Salomão uma metodologia de trabalho que integra as abordagens gestálticas e sistêmicas.

As demandas do nosso mundo contemporâneo me levaram a trabalhar com o tema da violência armada e do suicídio, temas nos quais tenho procurado me  aprofundar desde 2003, quando coordenei o “projeto de atenção ao suicídio” do “Núcleo de Atenção ao Suicídio” do Instituto Municipal Philippe Pinel até 2008.

No final de 2008 passei a trabalhar na assessoria de formação da Coordenação de Saúde Mental da Prefeitura do Rio de Janeiro, onde tive a oportunidade de acompanhar a parceira da Prefeitura com o Comitê Internacional da Cruz vermelha, tendo em decorrência desta parceria, desenvolvido em 2013, cartilha sobre saúde mental e violência para os agentes comunitários de saúde, intitulada por “O cuidado ajuda a reatar laços: Cartilha sobre saúde mental e violência para agentes comunitários de saúde”. 

Desde 2010, depois de participar do curso sobre “práticas  narrativas coletivas”  organizado pelo Interfaci e pelo Instituto Dulwich, introduzo as práticas narrativas no meu trabalho clínico.

As práticas narrativas me possibilitaram construir um trabalho clínico mais colaborativo e menos intervencionista e foram de encontro a uma necessidade de ampliação epistemológica que foi germinada no mestrado, onde desenvolvi uma dissertação sobre “Os impactos da cibernética de segunda ordem na terapia familiar sistêmica”.

No momento do mestrado a epistemologia com a qual trabalhava já era de segunda ordem, mas o trabalho clínico só pôde ser de fato ampliado quando tive o feliz encontro com as metodologias narrativas.

No momento continuo navegando nas águas das abordagens de segunda ordem e sigo buscando práticas clínicas produtoras de autonomia e de ampliação da vida.  Levo na bagagem muitos questionamentos, muita vontade de aprender.

Sou uma eterna aprendiz!  Meu antígeno para lidar com as novas demandas da clínica com casais e família é procurar me manter com a mente curiosa e aberta para novas experiências. 

Ana Cristina Felisberto

Terapeuta de família